Postagens

Mostrando postagens de 2025

Simbiose perfeita

Imagem
Há pouco tempo assisti ao filme "A verdadeira dor", e saí do cinema com uma sensação de leveza. Embora o tema do filme verse sobre a dor causada pelo Holocausto, a trilha sonora do filme é um enlevo só. " A Verdadeira Dor" ,  escrito e dirigido por Jesse Eisenberg, estrelando Jesse como David Kaplan e Kieran Culkin como Benji Kaplan, conta a história de dois primos que viajam à Polônia para descobrir mais sobre suas origens, e para homenagear a avó falecida. Na Polônia, os primos participam de um grupo de turismo, e inúmeras reflexões surgem quando das visitas aos pontos turísticos que reavivam a memória das dores vividas pela família. Esse roteiro melancólico, mas que também tem momentos de humor, é acompanhado por composições lindas de Frédéric Chopin. Baladas, estudos, noturnos, valsas e prelúdios, interpretados pelo pianista canadense Tzvi Erez.  Não poderia haver melhor trilha sonora.  Chopin, nascido na Polônia, compôs músicas cheias de emoção e intensidade, e...

Dar vida às flores. Ikebana.

Imagem
Ambientes floridos são lindos. Têm cores, têm harmonia, causam bem-estar. E as flores, além de transmitir beleza, possuem uma linguagem muitas vezes universal. Rosas, principalmente as vermelhas, expressam amor, ou paixão, lírio transmite pureza, girassol expressa esperança e felicidade. Revelam sentimentos, celebram datas e estão presentes em ocasiões marcantes da vida, do nascimento à partida. No dia a dia, presentear com flores permite demonstrar amor, amizade, conforto, gratidão, carinho. Mesmo desacompanhada de palavras, as flores vão passar o recado de quem está presenteando. E pode ser somente uma flor, ou um ramalhete. A mensagem estará presente. E nesse capítulo de flores, há um arranjo que me encanta: Ikebana. É algo que eu gostaria de entender, e de praticar. Vendo um anúncio de um workshop de Ikebana, fui participar. Era um grupo pequeno que, após algumas explicações sobre a arte, recebeu algumas flores e ramos pequenos, e se lançou à criação de um arranjo. E daí logo s...

O Colibri

Imagem
  Um dos últimos livros que li foi O Colibri, do autor italiano Sandro Veronesi. Livro festejado, por ter recebido em 2020 o prêmio Strega, prêmio literário italiano de grande  prestígio. O autor conta, de uma forma não linear, a história que envolve quatro gerações de uma família. Para isso utiliza-se de transcrições de cartas, e-mails, cartões postais, e ainda de chamadas telefônicas e mensagens de Whatsapp.  Abrange um grande período de tempo, e em todos os capítulos, ao lado da sua denominação, há referência ao ano em que os fatos contados ocorreram. Assim, a narração retorna do ano 1990 para 1960/70,  e desse período dá um salto para 2008.  Depois volta para 2000, e logo retrocede para 1983. E assim segue, durante toda a narrativa. Isso exige muita atenção do leitor, ou retorno a páginas anteriores, para confirmações. Pode até ser vista como uma redação original, mas que aliada a algumas informações extremamente detalhistas, como por exemplo a relação dos i...

Aniversário com taças pintadas

Imagem
 Festejar o aniversário é ocasião para reunir amigos e familiares, e quando as idades são diversas parece que uma atividade comum permite uma ótima interação. Coloque lado a lado uma idosa octogenária e uma jovem de 17/18 anos. Uma conversa não vai se esticar muito. Experimente dar às duas uma atividade manual. A conversa vai fluir com facilidade. Foi o que aconteceu no aniversário da Isadora. A mesa de atividades estava rodeada por pessoas de 17 a 87 anos, todas interessadas em criar uma pintura em taça de vidro. Qual o desenho? Quais as cores? Uma apreciando a ideia da outra, uma cedendo o vidro de tinta para a outra, elogios mútuos ...  E, após algum tempo, todas estavam se sentindo artistas e vendo o resultado das pinturas.  No final da comemoração, cada "artista" levou sua taça para casa. Bela lembrança.                                              ...

Completando 19 anos.

Imagem
E a neta, que me motivou a criar esse blog ainda durante seu primeiro ano de vida, completou 19 anos. Quanto eu teria para contar sobre todos esses anos. Muita coisa já foi escrita, em todos os anos que o blog se manteve. Mas, muito, faltou.  Isadora, Isa, Isoca. Impossível dimensionar todo o amor, que surgiu antes mesmo do seu nascimento, difícil falar das inúmeras preocupações que acompanharam seu crescimento, utópico achar que consigo lembrar de todas as alegrias que ela me trouxe.  Os registros reavivam a memória. O tempo, simplesmente passou, quase que num piscar de olhos, transformando minha netinha linda e fofa, numa moça linda e especial.  Seu aniversário de 19 anos foi comemorado na intimidade, com dois destaques: a pintura de taças pelas convidadas, e o bolo maravilhoso, feito e decorado pela aniversariante.  Teve velinhas, coro de parabéns, chuva de corações, pedidos ao cortar o bolo e muita alegria. A primeira fatia do bolo, a netinha linda entregou para ...

Introdução a um aniversário.

Imagem
  E o mês de julho terminou. Parece que o tempo está me atropelando, ou melhor, parece que, se eu não quiser ser atropelada pelo tempo, tenho que andar depressa. Bem depressa. E o que aconteceu é que, não consegui passar para o papel aquilo que eu deveria ter registrado no dia 13 de julho: o aniversário de 19 anos da minha netinha. Foi motivada por ela que iniciei esse blog há pouco mais de 17 anos. De início, os temas giravam só em torno de crianças, mães e avós, e o blog se chamava Blog da Vovó. Com o tempo, muitos outros assuntos passaram a ser tratados, e eu senti a necessidade de alterar o nome do blog, sem grandes mudanças em relação ao nome com o qual havia nascido. Depois de muito pensar, resolvi manter o nome original, acrescentando, contudo, reticências e um adendo. E assim ele se tornou Blog da Vovó ... mas não só. E durante vários anos, com duas pausas, o blog seguiu com histórias de vida.  Crescimento, envelhecimento, alegrias, tristezas, passeios, viagens, leitur...

Leitura

Imagem
Leitura é um prazer que se renova. Podemos ficar algum tempo sem ler, envolvidos pelas redes sociais, filmes ou séries, mas, de repente, atraídos por um livro redescobrimos a grande satisfação que a leitura pode nos dar. E isso, quase sempre, funciona como um gatilho, levando-nos à busca, e leitura de um livro atrás do outro. É o que tem acontecido comigo. Envolvida em outras atividades, fico um tempinho sem ler, embora sempre pensando em encontrar um bom título para a leitura. Daí, resolvo reservar um tempo das noites para os livros, fico entusiasmada, e emendo uma obra na outra. Nos últimos meses li alguns bons livros, entre os quais Bambino a Roma, do Chico Buarque, e O Novo Agora, do Marcelo Rubens Paiva.  Bambino a Roma, é apresentado como ficção, mas na verdade conta a história da família do seu autor, Chico Buarque, durante o tempo em que viveu em Roma, Itália.  Sérgio Buarque de Holanda, pai de Chico, foi convidado para dar aulas durante certo tempo na Universidade de ...

Desafios

Imagem
Sempre gostei de desafios. Nunca, daqueles que trazem riscos, mas sim daqueles que podem trazer acréscimos, ou melhora de habilidades. E foi assim que resolvi aprender a fazer bolsas e outros trabalhos em crochê, usando fitas e linhas que desconhecia. Algumas dessas linhas, bem espessas, e que exigem força nas mãos. De crochê eu só sabia fazer os simpáticos quadradinhos da vovó, que usei para mantas e colchas e, também, bolsas. A primeira manta que fiz com quadradinhos, foi uma bem delicada em tons rosa, para esperar a chegada da minha netinha Isadora. Enquanto nenê, a mantinha serviu para aquecê-la.  Anos depois, participei de um grupo de Quadradinhos do Amor. Fazíamos quadradinhos em número suficiente para colchas, que eram encaminhadas para quem precisava de calor, tanto da manta, quanto do amor. Fiquei bem treinada nos quadradinhos. Mas passei a querer mais. Então, atrás de outras experiências, e após algumas aulas, aqui estou eu crochetando novos tipos de trabalho. O primeiro,...

Curiosidade

Imagem
Quer coisa mais curiosa do que uma garota usando roupa da sua avó? Pois isso acontece. Volta e meia minha netinha, que está agora com quase 19 anos, vira pra mim e pergunta; vovs (é assim que ela me chama) vou pegar um seu casaco. Está bem? E lá vai ela com o meu casaco, que na maioria das vezes acaba não sendo devolvido.  Ela costuma se vestir bem na esportiva, com muito preto, como muitos jovens gostam. Blusas coloridas, raramente. Pois não é que outro dia ela se encantou com minhas camisas, e se arrumou toda dengosa com uma delas? E depois, com outra? Camisetas básicas, também desaparecem das minhas gavetas. Mas o curioso, mesmo, aconteceu num dos últimos fins de semana. Ela e uma amiga haviam dormido na minha casa e queriam ir à praia, só que não haviam trazido biquini, ou maiô. Então a Isa, Isadora, me pergunta: vovs, tem maiô para nos emprestar? Abri a gaveta dos maiôs, e ela escolheu dois. Acontece que ela é bem mais alta do que eu, e o maiô inteiro não chegava na altura ond...

Ritmo de vida

Imagem
  Sabe aquela história de se arrumar rapidinho para uma saída de última hora? Quantas vezes recebemos um convite de uma amiga para um cinema, ou outro programa, mas com o alerta de que falta pouco tempo para o evento? Respondemos, sem titubear, que não há problema. Que vamos tomar um banho ligeiro, e nos arrumar rapidinho. E que, no horário certo, estaremos no local. Pois é, na velhice isso não acontece.  Por mais que nos esforcemos, por mais que tenhamos sido rápidos no decorrer da vida, não conseguiremos dar conta do recado, e resolver toda a arrumação em pouco tempo. Não dá para sermos rapidinhos. Portanto, convites de última hora não podem ser aceitos. Eu sempre fui rapidinha. Fazia muitas coisas ao mesmo tempo e conseguia manter a pontualidade. Continuo a ser pontual, mas agora faço tudo com calma. Mesmo porque a calma garante a segurança. Já imaginou uma idosa sair de um box de banheiro com pressa? Estará correndo risco. Ou se vestir com velocidade? Colocar meia, amarrar...

Por que temos filhos?

Imagem
Você já se fez essa pergunta? Por que temos filhos? Por que tenho filhos? Outra noite me surpreendi pensando nisso. Por que tive filhos? Meus filhos têm mais de meio século de vida, e agora é que me vem essa indagação. Para a minha geração essa era uma pergunta que não se colocava. Nós crescíamos com um roteiro desenhado: estudar (os meninos mais do que as meninas), namorar, noivar, casar ... e ter filhos. Tanto era assim, que o primeiro/a filho/a nascia, na grande maioria dos casos, antes do casamento completar um ano. levando-se em conta que a virgindade era mantida até a data das núpcias. E assim íamos seguindo os caminhos socialmente traçados. É evidente que tudo isso mudou, e hoje dificilmente existem essas fases tão marcadas, que antes levavam os jovens ao casamento.  Talvez nas novas gerações, ao contrário das antigas, essa indagação esteja presente, ainda que em diferentes formas: devo ter filhos? quando devo ter filho ? tenho condições de ter filhos? Mas, ainda assim, ness...

Viagem afetiva

Imagem
  Já participei de várias viagens com minha neta Isadora, mas viagem somente de nós duas essa foi a segunda. Meu tempo de muitos passeios, alguns de última hora, ficou para trás. A pandemia trouxe a interrupção e com o passar do tempo, e da idade, foi ficando mais difícil marcar uma viagem. Principalmente para o exterior. Entram algumas preocupações que, até há pouco tempo, não eram sequer cogitadas. Horários, hospedagem em hotel com restaurante, box de banheiro do hotel com barras de segurança, passeios que não exijam muito esforço, temperatura do local, e por aí vai.  Assim, com a vontade de fazer uma viagem com a Isadora, e depois de alguns levantamentos de lugares e de algumas indecisões, resolvemos passar alguns dias em Santiago, capital do Chile. A cidade é linda, com muito espaço, muito verde e com a presença maravilhosa da Cordilheira dos Andes. Já havia me encantado com ela em outras ocasiões. Pouco antes do avião aterrissar em Santiago, já temos, por bons minutos, a ...