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Mostrando postagens de 2025

Tempo Rei

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Com certeza, mais do que 40 mil pessoas assistindo, ao vivo, a um espetáculo quase que sobrenatural. Outro tanto, certamente superior a 40 mil, assistindo à distância a esse mesmo espetáculo. Eu me encontrava nesse grupo, sentada no meu sofá, mas usufruindo com emoção de toda a beleza do Tempo Rei, último show de Gilberto Gil em São Paulo. Gilberto Gil, cantou, sem intervalo, durante duas horas e trinta minutos. Tomou água, por duas vezes. Cantou em pé, e dando algumas passadas. Houve uma hora em que achei que ele até chegou a dar um pulinho. Sentou-se somente das 21h15 min. até 21h 45 min., ou seja, durante 30 minutos. Gilberto Gil tem 83 anos. Incrível sua vitalidade, sua energia, tranquilidade, e carisma. Acompanhado por sua banda fantástica, que conta com alguns dos seus descendentes, viveu, e fez o público viver, muitos momentos de emoção. O repertório do show foi muito rico, mostrando toda a trajetória do compositor/cantor. E a surpresa da noite foi a participação especial de out...

Meu bolo favorito

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 Sempre estou atrás de um bom filme, para ser assistido em sala de cinema. Nem sempre é fácil encontrar. Em Santos, a troca de filmes costuma ser rápida, a não ser quando se trata de um filme de muito sucesso, como foi o "Ainda estou aqui". Usualmente, os lançamentos comuns entram e saem rapidamente.  Ainda assim, ficando atenta à programação, consigo encontrar filmes para assistir do jeito que mais gosto: numa sala de cinema. E, nesse ano, consegui gozar desse prazer algumas vezes. Um dos filmes que me encantou foi "Meu bolo favorito", produção iraniana que aborda a solidão na velhice, e a resistência íntima às regras políticas rígidas. A personagem principal é uma viúva de 70 anos, que vive sozinha em Teerã. Sua filha e netos vivem no exterior, e seu cotidiano é marcado pela solidão, pelas rotinas simples. Parece que seu isolamento é quebrado somente em chás com amigas também idosas, e foi justamente após um chá que ela resolve mudar sua vida. Coloca-se na busca d...

Não me entrego, não!

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Não me entrego, não! Quem está dizendo isso, com toda ênfase, é o ator Othon Bastos, num monólogo maravilhoso apresentado no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo. Trata-se de um monólogo diferente, porque o ator consulta, às vezes, sua memória "externa" interpretada por Marta Paret. Durante pouco mais de uma hora e trinta minutos, o ator, do alto dos seus 92 anos, transita pelo palco, senta-se em algumas ocasiões, e usa sua voz forte e retumbante para contar sua trajetória no palco, no cinema, e na televisão. Às vezes o ator consulta sua memória "externa", para que traduza para os tempos atuais alguns acontecimentos do passado, ou para que o ajude na escolha de determinadas palavras. Falando sem parar, e sem se hidratar durante todo o espetáculo, Othon Bastos mostra que realmente não se entrega, e consegue emocionar lindamente sua plateia. Foi um programa maravilhoso, uma lição de vida. E para completar esse domingo tão cheio de emoção, conseguimos reunir um grupo gr...

Simbiose perfeita

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Há pouco tempo assisti ao filme "A verdadeira dor", e saí do cinema com uma sensação de leveza. Embora o tema do filme verse sobre a dor causada pelo Holocausto, a trilha sonora do filme é um enlevo só. " A Verdadeira Dor" ,  escrito e dirigido por Jesse Eisenberg, estrelando Jesse como David Kaplan e Kieran Culkin como Benji Kaplan, conta a história de dois primos que viajam à Polônia para descobrir mais sobre suas origens, e para homenagear a avó falecida. Na Polônia, os primos participam de um grupo de turismo, e inúmeras reflexões surgem quando das visitas aos pontos turísticos que reavivam a memória das dores vividas pela família. Esse roteiro melancólico, mas que também tem momentos de humor, é acompanhado por composições lindas de Frédéric Chopin. Baladas, estudos, noturnos, valsas e prelúdios, interpretados pelo pianista canadense Tzvi Erez.  Não poderia haver melhor trilha sonora.  Chopin, nascido na Polônia, compôs músicas cheias de emoção e intensidade, e...

Dar vida às flores. Ikebana.

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Ambientes floridos são lindos. Têm cores, têm harmonia, causam bem-estar. E as flores, além de transmitir beleza, possuem uma linguagem muitas vezes universal. Rosas, principalmente as vermelhas, expressam amor, ou paixão, lírio transmite pureza, girassol expressa esperança e felicidade. Revelam sentimentos, celebram datas e estão presentes em ocasiões marcantes da vida, do nascimento à partida. No dia a dia, presentear com flores permite demonstrar amor, amizade, conforto, gratidão, carinho. Mesmo desacompanhada de palavras, as flores vão passar o recado de quem está presenteando. E pode ser somente uma flor, ou um ramalhete. A mensagem estará presente. E nesse capítulo de flores, há um arranjo que me encanta: Ikebana. É algo que eu gostaria de entender, e de praticar. Vendo um anúncio de um workshop de Ikebana, fui participar. Era um grupo pequeno que, após algumas explicações sobre a arte, recebeu algumas flores e ramos pequenos, e se lançou à criação de um arranjo. E daí logo s...

O Colibri

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  Um dos últimos livros que li foi O Colibri, do autor italiano Sandro Veronesi. Livro festejado, por ter recebido em 2020 o prêmio Strega, prêmio literário italiano de grande  prestígio. O autor conta, de uma forma não linear, a história que envolve quatro gerações de uma família. Para isso utiliza-se de transcrições de cartas, e-mails, cartões postais, e ainda de chamadas telefônicas e mensagens de Whatsapp.  Abrange um grande período de tempo, e em todos os capítulos, ao lado da sua denominação, há referência ao ano em que os fatos contados ocorreram. Assim, a narração retorna do ano 1990 para 1960/70,  e desse período dá um salto para 2008.  Depois volta para 2000, e logo retrocede para 1983. E assim segue, durante toda a narrativa. Isso exige muita atenção do leitor, ou retorno a páginas anteriores, para confirmações. Pode até ser vista como uma redação original, mas que aliada a algumas informações extremamente detalhistas, como por exemplo a relação dos i...

Aniversário com taças pintadas

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 Festejar o aniversário é ocasião para reunir amigos e familiares, e quando as idades são diversas parece que uma atividade comum permite uma ótima interação. Coloque lado a lado uma idosa octogenária e uma jovem de 17/18 anos. Uma conversa não vai se esticar muito. Experimente dar às duas uma atividade manual. A conversa vai fluir com facilidade. Foi o que aconteceu no aniversário da Isadora. A mesa de atividades estava rodeada por pessoas de 17 a 87 anos, todas interessadas em criar uma pintura em taça de vidro. Qual o desenho? Quais as cores? Uma apreciando a ideia da outra, uma cedendo o vidro de tinta para a outra, elogios mútuos ...  E, após algum tempo, todas estavam se sentindo artistas e vendo o resultado das pinturas.  No final da comemoração, cada "artista" levou sua taça para casa. Bela lembrança.                                              ...

Completando 19 anos.

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E a neta, que me motivou a criar esse blog ainda durante seu primeiro ano de vida, completou 19 anos. Quanto eu teria para contar sobre todos esses anos. Muita coisa já foi escrita, em todos os anos que o blog se manteve. Mas, muito, faltou.  Isadora, Isa, Isoca. Impossível dimensionar todo o amor, que surgiu antes mesmo do seu nascimento, difícil falar das inúmeras preocupações que acompanharam seu crescimento, utópico achar que consigo lembrar de todas as alegrias que ela me trouxe.  Os registros reavivam a memória. O tempo, simplesmente passou, quase que num piscar de olhos, transformando minha netinha linda e fofa, numa moça linda e especial.  Seu aniversário de 19 anos foi comemorado na intimidade, com dois destaques: a pintura de taças pelas convidadas, e o bolo maravilhoso, feito e decorado pela aniversariante.  Teve velinhas, coro de parabéns, chuva de corações, pedidos ao cortar o bolo e muita alegria. A primeira fatia do bolo, a netinha linda entregou para ...