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Mostrando postagens de abril, 2009

Vim, vi e... venci (vencemos)

Há algum tempo eu vinha apresentando um pequeno problema de saúde, que pedia solução cirúrgica. Nada de grave, mas que incomodava. E esse tipo de coisa não é fácil de resolver. Como o problema não mata, a oportunidade da cirurgia é decidida praticamente pelo paciente. É a chamada cirurgia de eleição, e qualquer programa ou evento acaba passando na frente dela. No meu caso, mudei a data algumas vezes: por motivo de casamento de parente, nascimento da netinha, crescimento da netinha, minha viagem para a Patagônia, viagem do filho, viagem da filha. Até que, há mais ou menos quinze dias decidi: é agora. Ainda tive que esperar o feriadão do dia 21 de abril (se puder, ninguém escolhe feriado para fazer cirurgia) e, antes que chegasse o feriado comprido de 1º de maio, marquei a cirurgia. E aqui estou eu, recém-operada, digitando no meu notebook numa cama de hospital. Mais uma vez confirmei que problemas devem ser enfrentados. E também que não vale a pena ficar adiando a decisão. O procediment

Leite Derramado II

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Terminei a leitura do “Leite Derramado” do Chico Buarque (Francisco Buarque de Hollanda). Em poucos dias li a história contada na primeira pessoa por Eulálio d’Assumpção, história essa que se inicia em tempos anteriores ao Império (há referências aos seus ancestrais portugueses) e vem até os dias atuais, com seu tataraneto carioca. O livro é absolutamente cativante, por seu texto fluente, leve e ao mesmo tempo profundo. É sensível e tem humor. Trata-se de um monólogo de um centenário, “antigo aristocrata”, que terminal em um leito de hospital fala sobre sua vida e de sua família, ora para a enfermeira que o está atendendo, ora para sua filha. E ao contar sua história, no meio de seus devaneios e delírios, ele fala sobre a decadência de sua família, sobre seu amor idealizado (ou doentio) pela mulher, Matilde, com quem casou e que logo o abandonou, sobre os problemas de seus descendentes, sobre o esnobismo de sua mãe, sobre problemas raciais, sobre a solidão, sobre a impaciência dos jov

Retrato

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"Eu não tinha este rosto de hoje, assim calmo, assim triste, assim magro, nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo. Eu não tinha estas mãos sem força, tão paradas e frias e mortas; eu não tinha este coração que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança, tão simples, tão certa, tão fácil: - Em que espelho ficou perdida a minha face?" Ao ler esses versos tão reais, da grande Cecília Meirelles, lembrei de uma cena que vivi com minha mãe. Certo dia, entrando com ela num ambiente espelhado, ela olhou e não se reconheceu. Fez, para mim, um comentário de surpresa e estranhamento. E, com certeza deve ter pensado: " em que espelho ficou perdida a minha face?"

Leite Derramado

Assim que tive notícia do nome do último livro do Chico Buarque, Leite Derramado, lembrei de um ditado que era muito repetido por minha mãe: não adianta chorar sobre o leite derramado. Lembrei, também, que ela usava esse ditado mais como alerta, colocando no seu início uma chamada: depois não adianta chorar sobre o leite derramado. Com isso, queria nos dizer que deveríamos mudar nossa atuação, pois se continuássemos daquele jeito provavelmente o resultado não seria bom. E, daí, não iria adiantar chorar sobre o leite derramado. Quando achava que estávamos sendo tolerantes demais com nossos filhos pequenos, dizia que “é de pequenino que se torce o pepino” e, em seguida vinha com o “depois não adianta chorar sobre o leite derramado”. Chorar pelo leite derramado nada mais é do que é lastimar-se por algo que não pode ser recuperado, ou consertado, sendo que isso, em tese , poderia ter sido evitado se o comportamento tivesse sido diferente. Seria o caso do estudante que não passa

Almoço de Páscoa

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Vou procurar os ovinhos. Eba! Achei um!

Comunicação

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Quando eu era criança, a telefonia era extremante precária. Poucas eram as pessoas que tinham telefone em casa, e a comunicação por telefone era praticamente urbana. Com o tempo, foi surgindo o serviço interurbano, mas que só se realizava mediante a intermediação de uma telefonista. Dava-se o número do telefone e especificava-se a cidade. Daí, aguardava-se que a telefonista completasse a ligação, procedimento que às vezes demorava horas. É inacreditável, mas o serviço de discagem direta à distância, que parece que sempre existiu, é muito recente. Por tudo isso, o principal meio de comunicação era a carta, e o serviço de correio tinha uma importância enorme. Do exterior, então, a correspondência era praticamente o único meio de comunicação entre pessoas. As ligações internacionais eram difíceis e caras. Hoje, o avanço da comunicação é algo impressionante. Conversa-se com pessoas que estão do outro lado do mundo, com a maior facilidade. Pelo telefone, a discagem é direta e instantânea.

Passeando em Itanhaém

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Itanhaém é a segunda cidade mais antiga do Brasil (1532) e seu nome vem da língua tupi. Ita significa pedra, e duas são as versões para o nome da cidade: pedra que canta, ou pedra que chora. Fica no litoral do Estado de São Paulo, a 54 km de Santos. Tem 26 km de praias, pequenas enseadas e costões rochosos. É uma cidade muito tranquila e nela passei os últimos dias com minha netinha, que aproveitou para se espalhar bastante. E eu, além de ter aproveitado bem sua companhia, e acompanhado todos os seus progressos (ela está com quase 2 anos e 9 meses), acabei tendo uns gostosos dias de férias. Aqui, parte dos registros de nossa pequena temporada: Passe o mouse pelos slides.

Palavras na moda

Filha viajando a serviço, neta com a vovó. Depois de um dia de brincadeiras, meio inadequadas para a vovó, fiquei me sentindo moída (será que esse termo ainda é usado?). E foi então que me lembrei de minha avó Olga, que quando estava muito cansada dizia que estava “descadeirada”. Nunca mais ouvi outra pessoa usar essa expressão “estar descadeirada”. Talvez alguma das suas descendentes ainda a usem, por força de herança. Mas é algo que saiu de moda. Sim, palavras também têm moda. E, no caso, não estou falando somente da gíria, que varia no tempo e no espaço. Mas de palavras, que embora firmes no dicionário caíram em desuso. Outro dia, em que estávamos recordando fatos do passado, um dos meus irmãos disse: “como eu era muito travesso ....” e parou. Daí, completou : Nossa, que palavra mais antiga! Travesso, travessura, peralta, meirinho, brotinho, bacana, ranheta ... Inúmeras são as palavras que já foram muito usadas, mas hoje estão absolutamente fora de moda, tanto que a maioria das pess

Ingenuidade

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Amanhã embarcarei para Paris, em férias merecidas.  Nossa, que coisa boa. Também quero ir! 1º de abril! Ha, ha, ha ! Eram brincadeiras desse tipo que marcavam o 1º de abril da minha infância, dia da mentira. Sua blusa está suja. Onde? Aí atrás. Não estou vendo. Olha bem. Depois que a pessoa se torcia para conseguir ver, lá vinha, quase gritado, o 1º de abril. Era o dia em que se tentava enganar o outro, sempre com “mentirinhas” ingênuas. Todos sabiam que era o dia da mentira, mas bastava uma distração para se cair na mentira.  E a comemoração por se ter conseguido enganar alguém também era ingênua. Resumia-se a falar 1º de abril com bastante ênfase e dar algumas risadas. Não sei se esse costume ainda existe entre as crianças. Mas seria muito bom se essa brincadeira das crianças se espalhasse, e as mentiras contadas por aí fossem ingênuas e limitadas a um só dia. Não é o que se vê. Em muitos setores da sociedade, a mentira se institucionalizou. E, muitas vezes, é