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Mostrando postagens de agosto, 2009

Volta ao passado?

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Sou de uma época em que não existia o plástico, e nem, logicamente, as sacolinhas plásticas. As embalagens todas eram de papel. Também sou de uma época em que as mães criavam seus filhos usando fraldas de pano. E que trabalho elas davam. Quando saíamos de casa com nossos nenês para alguma visita, ou pequeno passeio, voltávamos trazendo todas as fraldas usadas. A lavagem das fraldas, exigia bastante cuidado. Não podia ficar qualquer resíduo de sabão, para evitar assaduras. E quando os nenês eram novinhos, as fraldas, depois da lavagem, deveriam ser fervidas. Para isso tínhamos baldes grandes de alumínio, que eram levados ao fogão com água e as fraldas já lavadas. O progresso foi avançando, chegaram as sacolas plásticas, adotadas de imediato pelo comércio. Chegaram também as fraldas descartáveis, que embora caras, e representando um peso nos orçamentos familiares, passaram a ser usadas pela grande maioria das crianças. Realmente, a facilidade trazida por esses produtos é inegável.

Criando filhos

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No dia dos pais publiquei um pequeno texto, com destaque para uma frase dita pelo meu pai, quando ainda estava entre nós: “Não sei como dei conta de criar 9 filhos”. Entre os vários comentários a esse post, muitos se referiam ao fato de que antes isso era possível, mas, hoje, nem pensar. É verdade. Essa façanha, porque mesmo naquela ocasião era uma façanha, é impossível para os dias atuais. E por vários motivos, entre os quais vida mais fácil, famílias organizadas de outra forma das atuais, mães com projetos diferentes de vida. Tempos atrás, a média era 3 ou 4 filhos. Filho único, que hoje parece ser a regra, era exceção. Mas, poucas eram as famílias, que mesmo nos tempos mais fáceis, assumiam a tarefa de criar 7, 8 ou 9 filhos. Criar bem, dando teto, alimentação, educação, demandava muito trabalho, e muitas concessões. Mas, sem dúvida a vida era mais simples. Não existiam os apelos comerciais, morava-se em casas com quintal, onde as crianças tinham espaço para as brincadeiras. Era mai

Contágio bom

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Sorriso contagia? Alegria pega? Bom-humor é contagioso? Acho que sim. Quando estamos rodeados por pessoas alegres e bem-humoradas, sentimo-nos bem. E, ainda que sejamos mais fechados, acabamos nos contagiando e passando a viver de uma forma mais leve. Talvez seja mais fácil percebermos isso se pensarmos na situação oposta. Quando ficamos muito tempo ao lado de alguém mal-humorado, ou deprimido, acabamos nos sentindo mal. Essa influência é real, e pode até ter consequências ruins.  É claro que, por esse motivo, não devemos abandonar uma pessoa nessas condições, mas devemos estar atentos para não sermos envolvidos pelo mau-humor, ou ainda pela tristeza, e até depressão. É claro, também, que se pudermos escolher, devemos procurar a convivência com pessoas alegres e de bem com a vida. Só teremos a ganhar. E, quanto mais vamos caminhando na vida, mais importante se torna o relacionamento com pessoas que sabem viver, que são sensíveis, gentis, que sempre descobrem o lado bom das coisas, que

Idoso e família

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Caminhando na praia, vi sentadas num banco, de frente para o mar, uma senhora bem idosa e sua acompanhante. As duas estavam de mãos dadas e com as cabeças encostadinhas. A senhora estava com os olhos fechados, e a jovem, devidamente uniformizada, encostada na idosa com um olhar amoroso. Pensei, então, como essas moças contratadas para acompanhantes de idosos acabam se afeiçoando a eles e, muitas vezes, transformando-se na única, ou quase única, fonte de carinho e atenção para os mesmos. Pensei, também, em como deve ser enorme o número de idosos que, embora com família, muitas vezes família grande, não merece ainda que esporadicamente uma visita dos seus descendentes. São filhos, netos e bisnetos, que poderiam levar, por algumas horas, um pouco de carinho, um clima de alegria (principalmente quando acompanhados por crianças) e um “ar” de família ao local onde os idosos residem: sua casa ou abrigo. Pensei, ainda, como é difícil dar amor, e manifestar carinho para alguém que já nã

Aprendizado

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Vovó, quando eu crescer você me ensina a fazer bolo? Ensino, minha linda. Vovó, quando eu crescer você me ensina a fazer tricô? Ensino minha netinha. E daí vai ser muito bom, porque você vai fazer um casaco para a vovó. São várias as perguntas, como essas, que a Isadora me faz.  O fato é que não preciso esperar que ela cresça, para começar a ensinar. Seu aprendizado já começou, e dia-a-dia ela vai aprendendo mais um pouquinho, até chegar a hora de colocar em prática o que aprendeu. O primeiro passo de qualquer aprendizado é a motivação, e isso já vem sendo trabalhado. Quando estou tricotando, ela fica olhando atenta, mexe na minha caixinha de acessórios de tricô, diz que vai ficar cuidando dela, vai me passando alguma coisa que eu esteja precisando. Quando vou fazer alguma coisa na cozinha, principalmente algum prato para ela, chamo-a para me ajudar. Ela adora me ver quebrar os ovos, ajuda a mexer uma massa, tira bolinhos das forminhas. Enfim, participa ativamente, até ver o resultado.

Crianças em casa

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Escolas fechadas como medida preventiva em relação à gripe causada pelo vírus H1N1 (gripe suína), crianças em casa. E entre essas crianças, minha netinha Isadora, que veio de "mala e cuia" passar alguns dias com a vovó. Foram dez dias de dedicação exclusiva, com muitas atividades. Dias com chuva e frio, enfrentados com distrações dentro de casa. Muitas histórias, alguns filminhos, brincadeiras com massa de modelar, giz de cera, quebra-cabeças e bonecas. No meio das férias, um dia de sol forte, que permitiu brincadeiras num parquinho da praia. Mas o mais importante foi a oportunidade de muito contato entre a vovó e a netinha. Foram dias muito gostosos, embora à noite a vovó estivesse cansada. Falta juventude. Mas como sobra amor, o saldo sempre é positivo. Assim, conosco tudo deu certo.  Contudo, fico pensando nas centenas (ou milhares) de mães e pais, que ficaram com sérias dificuldades para enfrentar a questão das crianças em casa. Principalmente das crianças das creches e e

Meu pai

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A comemoração do dia dos pais é relativamente recente, e não me lembro se havia o costume de festejar a data há alguns anos, quando meu pai ainda estava entre nós. Mas não há como deixar de ter uma lembrança especial dele, no dia de hoje, e sobretudo de uma frase que eu o ouvi falar perto da sua despedida: "Não sei como dei conta de criar 9 filhos".  A foto com os 9 filhos, acima, foi tirada nas bodas de prata (16/03/1957).

1ª e 4ª gerações

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Hoje fui almoçar com minha mãe, e passar algumas horas com ela. Levei comigo a Isadora , que entra na casa como um raio de luz. Faz com que a sonolência da “bisa” melhore, provoca risadas e até pequenos comentários. Almoçamos as três, eu no meio. De um lado a serenidade, o silêncio, o olhar distante. De outro a vivacidade, a tagarelice, o olhar atento. Entre as duas, 92 anos e seis meses. Acabei primeiro, disse a netinha, com o prato raspado. E a bisa, alheia e com lentidão, procurando dar conta do seu. Onde ficaram sua agilidade, seu vigor, sua alegria? Por mais que estivessem presentes a alegria e a esperança, na pessoa da netinha, confesso que terminei o almoço triste (para não dizer arrasada). Não é fácil assistir a luz, que sempre nos iluminou, ir perdendo, dia a dia, sua força. C’est la vie! Mas, no decorrer do dia, momentos mais leves e animadores. Muita brincadeira da Isadora com o Júnior (cachorrinho da bisa), e o melhor: por três, ou quatro vezes, a bisa conseguiu expressar c

Cinema em casa

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Como estou planejando uma viagem para uma região onde se fala francês, achei que seria bom começar a acostumar meu ouvido à língua francesa, para não estranhar muito quando mergulhar no seu universo. E como adoro cinema, conclui que essa seria uma boa oportunidade para assistir filmes franceses. Gosto de cinema nas salas próprias mas, no caso, seria impossível conseguir filmes franceses em quantidade, no circuito comercial. Apelei, então, para o aluguel de DVDs, e consegui filmes tão bons que passei a achar que o programa de cinema também pode ser bom em casa. Desde que sem interrupções. O primeiro que assisti foi Meu melhor Amigo, sobre o qual falei aqui . Quando fui devolvê-lo, não resisti e loquei mais 4, para aproveitar o fim de semana: "A Glória do Meu Pai", "O Castelo da Minha Mãe", "Pais, Filhos e Etc." e, por último, "Molière". A Glória do Meu Pai e O Castelo da Minha Mãe, são filmes do ano de 1990, dirigidos por Yves Robert e basea