1ª e 4ª gerações
Hoje fui almoçar com minha mãe, e passar algumas horas com ela. Levei comigo a Isadora , que entra na casa como um raio de luz. Faz com que a sonolência da “bisa” melhore, provoca risadas e até pequenos comentários.
Almoçamos as três, eu no meio. De um lado a serenidade, o silêncio, o olhar distante. De outro a vivacidade, a tagarelice, o olhar atento. Entre as duas, 92 anos e seis meses.
Acabei primeiro, disse a netinha, com o prato raspado. E a bisa, alheia e com lentidão, procurando dar conta do seu. Onde ficaram sua agilidade, seu vigor, sua alegria?
Por mais que estivessem presentes a alegria e a esperança, na pessoa da netinha, confesso que terminei o almoço triste (para não dizer arrasada). Não é fácil assistir a luz, que sempre nos iluminou, ir perdendo, dia a dia, sua força.
C’est la vie!
Mas, no decorrer do dia, momentos mais leves e animadores. Muita brincadeira da Isadora com o Júnior (cachorrinho da bisa), e o melhor: por três, ou quatro vezes, a bisa conseguiu expressar com rapidez aquilo que queria falar (uma das suas grandes dificuldades). Na hora do lanche: "cuidado com o garfo".
Almoçamos as três, eu no meio. De um lado a serenidade, o silêncio, o olhar distante. De outro a vivacidade, a tagarelice, o olhar atento. Entre as duas, 92 anos e seis meses.
Acabei primeiro, disse a netinha, com o prato raspado. E a bisa, alheia e com lentidão, procurando dar conta do seu. Onde ficaram sua agilidade, seu vigor, sua alegria?
Por mais que estivessem presentes a alegria e a esperança, na pessoa da netinha, confesso que terminei o almoço triste (para não dizer arrasada). Não é fácil assistir a luz, que sempre nos iluminou, ir perdendo, dia a dia, sua força.
C’est la vie!
Mas, no decorrer do dia, momentos mais leves e animadores. Muita brincadeira da Isadora com o Júnior (cachorrinho da bisa), e o melhor: por três, ou quatro vezes, a bisa conseguiu expressar com rapidez aquilo que queria falar (uma das suas grandes dificuldades). Na hora do lanche: "cuidado com o garfo".
Logo depois: "que bonitinha. Vem aqui, bisnetinha" ( e abraçou-a).
E isso representou, para mim, um novo alento. 1ª e 4ª gerações conseguindo comunicar-se.
*Na 1ª foto a bisa em momento de cochilo. Na última, Isadora levando, por ideia própria, um banquinho para a bisa esticar as pernas.
Ai, que graça essa menininha levando o banquinho para a bisa! Post lindo, é realmente muito triste de ver a vovó, que tb era pura luz, vida e alegria, sempre cantando, sempre ativa, sempre viva, agora mais apagadinha. Mas é o preço que se paga em viver muito... Tem o lado bom, que continua a gerar ternura entre as pessoas que ficam à sua volta, continua perto de filhos, netos e bisnetos, mas... ela mudou. Realmente há o sofrimento em ver essa perda, mas há o ganho em ainda tê-la para viver ao seu lado esses momentos de doçura, dividir a netinha e a alegria de também ser avó! bjs, Pri
ResponderExcluirAs lágrimas apareceram sem pedir licença.
ResponderExcluirBjs
Eu acho lindo que exista, acima de tudo, respeito entre as gerações. Tenho paixão por pessoas na terceira idade. Quem me dera que a minha mãe chegue a essa linda idade :)
ResponderExcluirQue orgulho Heloisa, duvido que a minha geração consiga chegar a essa idade e ter contato com os bisnetos!
ResponderExcluirMeu pai está com 85, sua chama está se extinguindo. Ele sempre foi muito ágil, trabalhador, fazia longas caminhadas diárias. Sinto-me como você ao perceber tamanho declínio.
ResponderExcluirDa última vez que fui visitá-lo, conseguimos que declamasse bem baixinho, coisa que adorava fazer.
Seu post levou meu pensamento longe...
Bjs.
É lindo e terno cada momento passado assim, entre gerações.
ResponderExcluirMinha Mãe também tem seus bisnetos, que são 10! Ela fará 84 anos este mês. É ativa, brava, não deixa passar nada, está atenta a tudo.Tem um lado bom e outro nem tão bom, em se viver tanto. Mas aí da gente sem elas!
Lindas...a minha mae tambem é uma fofura e eu aqui de longe morro de saudades dela.
ResponderExcluirEla ja tem ate tataraneto.
bjs,
me
Fiquei emocionadíssima e nostálgica com seu relato, mas o comentário de sua filha me fez ver por outro ângulo
ResponderExcluiresta situação. A Priscila tem razão quando diz que esse "é o preço que se paga em viver muito..."!
E, nas suas horas de lucidez ela está feliz em ter você e a bisnetinha por perto.
Mas que gracinha que é a Isadora!
Como ela é carinhosa!
beijos pras duas
que fofa sua netinha levando alegria para a bisa !!
ResponderExcluirQue lindo post vovó. Essa ternura que existe entre as crianças e os avós e bisavós (e vice-versa) é mesmo comovente! Dias desses meu menino passva umas horas com a vovó e a bisa excepcionalmente pernoitava por lá. Pois depois das tantas, a bisa resolveu ir se deitar e num é que os bisnetinho ia de cinco em cinco minutos lhe desejar boa noite, ou mostrar-lhe algo novo? Rsss. Uma fofura mesmo! Não há o que pague essas lembranças que ficaram pra sempre!
ResponderExcluirBeijos às 4.
Eu também tenho um retrato com minha bisavó que era minha madrinha de crisma.
ResponderExcluirVovó Zezé. Era linda! De coquinho e seu sorriso era contagiante.
Eu devia ter uns 4 anos quando ela morreu e penso que sua neta vai lembrar também.
Com carinho Monica
Helô !!
ResponderExcluirVc semrpe com seus post .. me entusiasma e muito!! Acredite !!
Vc consegue mostrar q sim vale a pena viver... mostrando com delicadeza as mazelas q a vida deixa em nosso caminho.
E a Isadora..q linda...faceira !!
É bom ver essa alegrias q essas pequenas nos traz !!!
Com essa temporada sme aula por contra da gripe .. Alissa tem estado com uma tia de 89 anos.. uma graça de mulher de fibra sabe.. tem outra filha dela q me ajuda tbm..mas Alissa adora ficar lá..ontem veio para casa deixo d choro..pq queria ficar na casa da Vó Dite..rrs ( Dirce) ...
E sua mãe.. aproveite o tempo com ela..mesmo q hj o brilho não irradia tanto..mas ainda sim.. ela mostra com a força q tem para ainda estar aqui !!
bjoss
que saudades!!!!que linda a Norma, que linda a Isadora! Pri, parabéns.
ResponderExcluirE heloisa, você está melhor a cada postagem. bj.
Regina.
Que post lindo Heloísa....respeitar e reconhecer alguém que já doou tanta vida é divino!
ResponderExcluirE o encontro de gerações reflete o círculo da vida...uns partem, outros chegam...mas, com eternas relações de amor.
Beijinhos
Heloísa, mais uma vez vc deixou-me de lágrimas nos olhos.
ResponderExcluirÉ triste mesmo ver os nossos pais em declínio, não há como evitar essa tristeza. Eu tb já a sinto, apesar de os meus terem mto menos idade que a sua linda mãe.
Mas essa foto maravilhosa do abracinho entre a Isadora e a bisa está lindíssima, dá para ver a comunhão entre elas, e dá para perceber que nesse momento a sua mãe está lá muito presente.
Um beijo grande para todas.
Helô, lindas fotos e lindíssimo post! Pensei em como vc foi privilegiada em ter tido uma mãe maravilhosa, que te deu uma educação exemplar, passada de forma sublime para sua filha e agora para sua neta. "Tudo vai bem quando começa bem". Dá muita dor e tristeza ver que a alegria e o entusiamo da bisa estão se apagando... Mas, tenha sempre muito orgulho desta linda família que Deus te deu. É raro hoje, ver uma criança por espontanea vontade, ser cuidadosa e atenciosa com uma pessoa idosa. Sinto uma alegria muito grande em conhecer famílias assim como a sua. UNIDA! Lindo demais.
ResponderExcluirBeijos e um bom fim de semana!
Querida Heloisa, recentemente tive esse mesmo prazer ao ver meu filho de 11 anos batendo um papo com o avô de 92. 81 anos os separam, mas o amor os une. Chamei a atenção do meu filho para esse fato, depois, e ele próprio se admirou.
ResponderExcluirE que bom que a Isadora tem a oportunidade de conhecer a bisavó, pouca gente tem esse privilégio.
Beijos
Heloísa, querida,
ResponderExcluirA vida é cheia de mistérios e nada explica de maneira definitiva - ou que esteja ao meu alcance - certas questões tão difíceis. Sinto que ver nossa mãe tão esvaziada deva ser muito, muito triste. Mas acompanhei a doença da minha - já falecida há 8 anos, antes de completar 80 - e digo que foi muito difícil também. Internações hospitalares longas, tratamentos invasivos, dores sem diagnóstico, sofrimento físico e psíquico, comprometimento irreversível de órgãos, família sem saber mais o que fazer ou a que recorrer. Depois, em casa, com serviço de enfermagem contínuo, mais complexidade. Mas numa segunda-feira se foi, estava sorrindo quando o enfarte chegou... e a libertação também.
Beijos
Que coisa, né Helô? Parece uma vela que vai se pagando aos poucos... mas é a vida.
ResponderExcluirbjos meus
Que lindo 4 geraçôes de mulheres eu quando me junto com a minha mãe e minha filha e neta é uma alegria, existe uma cumplicidade entre nós, parabéns amiga pela familia linda que tem. beijos
ResponderExcluirOI Heloísa, tudo bem?
ResponderExcluirEstou visitando seu blog hoje pela primeira vez, e não tem coisa mais bonita de se ver do que a família reunida, e ainda mais a 1º e a 4º gerações..
Bjusss
Helô,
ResponderExcluirtambém é difícil segurar as lágrimas...meu filho e minha sobrinha, ambos de 4 anos, conheceram os bisavós maternos. Infelizmente o biso já se foi há dois anos, mas chegou a brincar com os bisnetos e comemorar datas especiais com eles. A bisa ainda está por aqui, às vezes triste e cansada de tantas coisas que já passou e dores que a incomodam, mas graças a Deus está lúcida e vive sozinha! Penso muito nisso e sempre que posso vamos vê-la. Nos falamos quase todos os dias pelo telefone, sinto não estar mais perto, são 2 1/2h de viagem.
Aprendi tanto com ela e ainda aprendo!
Um beijo carinhoso!
Quanta ternura nesse texto...
ResponderExcluirbjo!
Os ciclos da vida, a beleza de cada momento, a doçura do encontro, a tristeza de constatar que a idade nos tira a vitalidade e a lucidez... Senti tudo isso e muito mais, de um jeito que nem sei descrever!
ResponderExcluirUm beijo! Obrigada!
Não consegui ler seu post sem chorar, mas queria te dizer o que sinto, não sei se deveria, mas a minha luz já se foi, mas parece estar como um farol de longe a me guiar, embora a maioria das pessoas não acredite muito nisto, eu quero acreditar.
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