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Mostrando postagens de agosto, 2008

Mundo no quintal

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O tempo das casas com quintal grande é coisa do passado. Pelo menos nas cidades grandes. Com isso, as crianças aprenderam e passaram a brincar entre quatro paredes. E, mesmo quando estão em algum lugar com espaços abertos, preferem brincar dentro de casa. O prédio em que moro, no 18° andar, tem no térreo um espaço muito grande, com jardim e alguns bancos. Quando minha netinha está em minha casa, convido-a para ir brincar no jardim e, quase sempre, ela reluta. Parece que prefere ficar brincando dentro de casa, ou ficar vendo seus filminhos. É preciso insistir um pouco para ela descer. Quando chega no jardim, ela gosta. Lembro da infância dos meus filhos, quase toda passada em casa com quintal. Nem precisava convidá-los para irem para o quintal. Isso acontecia naturalmente. E é fácil entender o motivo : não existia qualquer embaraço ou obstáculo para que as crianças fossem para o quintal. A porta, comumente, estava aberta. Era só descer um, ou poucos degraus. Hoje, para brincar nos espaç

Supermédico

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É incrível como acompanhar o crescimento de um neto nos traz renovação e faz com que resgatemos coisas boas do passado. Já fiz companhia para minha filha muitas vezes, nas consultas médicas da minha netinha. Mas por duas vezes precisei ir sozinha com a Isadora, pois sua mamãe estava impossibilitada pelo trabalho. Daí, assumi aquela figura da “mãe duas vezes”, e lembrei da época em que acompanhava meus filhos ao pediatra. Veio à minha lembrança a figura fantástica do “supermédico” pediatra dos meus filhos, que os acompanhou desde os primeiros minutos de vida até a adolescência. Médico dedicado, competente, humanitário, amigo, enfim, portador de todas as qualidades necessárias para quem cuida da vida de outra pessoa. Fui ao seu consultório, primeiro na rua Amador Bueno, e depois na Av. Conselheiro Nébias, em Santos, durante anos. No primeiro ano de vida das crianças, o acompanhamento era mensal. Depois, com um pouco mais de espaço, ou sempre que uma das crianças apresentava algum sintoma

Sesta e sonecas

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Não sou especialista no assunto, mas não resisto à vontade de falar alguma coisa sobre a sesta e as sonecas das crianças pequenas. Faço essas colocações baseada, unicamente, na minha experiência pessoal de mãe e avó, e na observação das outras crianças. Quando recém-nascida, a criança dorme muito. Aos poucos, o tempo em que fica acordada vai aumentando, até que, perto dos dois anos, ela dorme, ou deveria dormir, aproximadamente 12 horas, por noite, e mais dois períodos durante o dia : uma soneca pela manhã e, após o almoço, a sesta. Aos três, além do sono noturno, basta um período de sono durante o dia. A rotina do sono é de grande importância, e diversos são os estudos médicos e científicos que comprovam a necessidade de que nossas crianças durmam o número de horas suficientes, para que possam crescer saudáveis. Dizem os especialistas que sono insuficiente pode causar comportamento hiperativo, irritabilidade e até agressividade. A questão é que, hoje em dia, é muito difícil manter a r

Agradecimento

Ontem escrevi o seguinte texto no meu blog "Aprendendo a blogar e muito mais" e, como nele estou fazendo agradecimentos aos visitantes do Blog da Vovó, achei importante transcrevê-lo aqui: São 12 horas do dia 19.08.2008 e acabo de saber que meu "Blog da Vovó" recebeu há pouco seu milésimo visitante. Isso representa uma média de 50 visitantes por dia, pois o contador foi instalado no dia 31 de julho. Fiquei muito contente pois, como disse outro dia um dos meus irmãos durante lançamento de um livro de sua autoria, o escritor quer ser lido. E não só quer ter seus escritos lidos, como comentados e criticados. Como já estou me considerando uma escritora, pelo menos de blogs, também quero ter meus textos lidos, comentados e criticados. Os comentários e críticas propiciam o debate, que é ultra-importante na vida em sociedade. Agradeço a todos que visitaram meu blog, a todos que deixaram seus comentários , e a todos que deixaram suas críticas. Graças a algumas críticas pude

Miúdo e miudinhos

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Com três dos nove netos da época. Com seis netos em 1963. Nessa época já eram nove e o mais velho é o loirinho com os braços levantados. Hoje é o dia do centésimo terceiro ano do nascimento de meu pai. Ele nasceu em Santos, tinha quatro irmãs mais velhas e um irmão mais novo. Seu apelido de infância era Miúdo, que conservou por toda a vida entre os parentes antigos e alguns amigos. Não sei a razão de tal apelido, pois acho que meu pai, nem em criança, teve altura pequena. Media mais de um metro e oitenta, acho que 1,84 m, o que era uma altura considerável para os tempos antigos. Penso que talvez o apelido tenha sido dado porque ele foi o primeiro filho homem e, em Portugal, o termo "miúdo" (criança) era mais usado para indicar um menino. O fato é que era conhecido por Miúdo, e esteve cercado por miudinhos durante muito tempo. (A moça da foto abaixo, de 1969, hoje é conhecida como vovó Helô. No colo do vovô, em grande cumplicidade, o filho mais velho da vovó Helô). Seu nono f

Almoço de domingo

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Adoro almoço em família. Comida caseira, no caso uma boa feijoada, sentados à mesa marido, filhos, mãe, irmã, irmão, cunhada, e a netinha circulando com sua boneca Lindinha e, às vezes, palpitando. Assim foi nosso primeiro almoço de domingo, depois da chegada do filho que mora “loooonge”, como diz a Isadora. Agora, o incrível, foi a interação da bisa Norma com a bisnetinha Isadora. A bisa que a maior parte do tempo fica como que num casulo, abre-se totalmente quando está com a Isadora. Faz-nos lembrar do seu tempo de intensa participação, de atividades e de cuidados com os netos. Hoje, nos seus quase 95 anos, com dificuldade de comunicação e outros limites, quando encontra com a Isadora, que é sua 29ª bisneta, além de ficar com os olhos brilhantes, fala com ela sem as dificuldades usuais e até participa de brincadeiras. Hoje, falou e repetiu para a Isadora: “eu vou te pegar”, e foi como que correndo atrás dela. Pena que não consegui registrar digitalmente esse momento de surpresa e ale

Missão de mãe

No último dia 12.08, minha filha publicou um texto lindo no seu blog, dizendo logo no início: “ durante a infância e a adolescência eu tinha pavor de perder a minha mãe. Achava que a falta de um dos pais deveria trazer um vazio tão grande, que não imaginava como as pessoas que passavam por isso suportavam” (blognosduas.blogspot.com). Algumas vezes, durante sua adolescência, ela comentou comigo essa sua preocupação, dizendo que, se eu faltasse, ela morreria junto. Sempre procurei tranqüilizá-la, dizendo que por aquele motivo ela não iria morrer, coisa nenhuma, e que quando chegasse a hora da minha partida ela já estaria envolvida com sua família, já teria seus filhos e estaria cuidando deles. Por dentro, contudo, eu também sentia esse pavor. Tinha uma preocupação enorme de partir cedo, sem que tivesse acabado de criar meus filhos, e sem que eles tivessem uma estrutura emocional e uma segurança econômica que lhes permitissem enfrentar a falta da mãe. E essa preocupação sempre aumentava,

Titio chegou

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A ansiedade terminou. O atraso no desembarque foi tão grande, que eu derramei minhas lágrimas durante a espera, diante da porta por onde entravam os passageiros recém-chegados do exterior. Chegaram quatro vôos internacionais quase que ao mesmo tempo, e havia uma quantidade enorme de pessoas na mesma espera que nós. Aos poucos, o número de quem aguardava foi diminuindo. E nós, ainda ali. Esperamos em pé, por mais de uma hora e trinta minutos. Considerando-se que eu não agüento ficar em pé, parada, por mais de 15 minutos, dá para imaginar como estava cansada. Mudava a posição dos pés, fazia alongamentos, dava pequenos passos (para não perder o lugar), até que resolvi abandonar o posto e sentar durante pouco tempo. Tinha a impressão, contudo, que assim que sentasse, o Gustavo apontaria na porta do saguão de desembarque. Foi o que aconteceu. Durante todo o tempo, estava com a máquina preparada para as fotos, e a Priscila com sua máquina ajeitada para um filme. De repente, ele chegou, e a

Dia dos pais

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Meu pai jovem. E na sua última foto. A lembrança mais antiga que eu tenho, é de um fato ocorrido quando eu tinha pouco mais de dois anos. Estava brincando no quintal da nossa casa, com uma amiga mais velha, quando ela se pendurou numa jardineira (floreira) que enfeitava uma das janelas da casa e a jardineira despencou. Na queda, a jardineira raspou minha perna direita e provocou uma fratura. Nessa época, éramos cinco irmãos e o caçula tinha alguns meses. Minha mãe providenciou para que meu pai fosse chamado no seu serviço, e logo depois ele estava chegando em casa. Colocou-me no seu carro e levou-me ao médico. E é justamente essa a minha lembrança mais antiga : eu sendo levada ao médico, por meu pai. Todo o resto da história, eu sei porque me foi contado quando eu era mais crescidinha. Um mês antes da minha fratura, meu irmão Beto (Gilberto) havia “quebrado” o braço. Lá fora meu pai, levá-lo ao médico. E muitas foram as outras ocasiões em que ele precisou socorrer algum filho, por m

Filhos

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Meu filho e minha filha, logo após o "primeiro" corte do cordão umbilical. Quando são pequenininhos, ficamos grudadas neles. Sabemos, contudo, que isso não vai durar muito. Só não sabemos que o tempo passa mais depressa do que poderíamos imaginar. Eles vão nos dando sinais de que um dia ficarão longe dos nossos olhos. Os passos são dados um a um, vão se acumulando, até que num passo maior eles ficam fora do nosso alcance. E eu, que sou chorona, fui derramando lágrimas em quase todos esses passos. Chorei quando meus filhos saíram do meu quarto, onde dormiram nos primeiros meses, passando para o quarto deles. Chorei quando foram pela primeira vez para a escola. Chorei quando saíram de casa para cursar faculdade fora de Santos (por algum tempo eu conservei a porta do quarto deles fechada, para não perceber muito a ausência). Chorei várias vezes quando, depois de visitá-los, voltava da cidade onde moravam para a minha. Chorei no aeroporto, quando meu filho, aos 20 anos, resolveu

Festas de família?

Não sei quando foram instituídas as comemorações do dia das mães e do dia dos pais. E não tenho a menor idéia da época em que essas comemorações passaram a integrar o calendário escolar. O que tenho certeza é que, no meu tempo da infância e até da juventude, não havia comemoração dessas datas fora do âmbito familiar. Já no tempo de escola dos meus filhos, as datas eram lembradas com a confecção de um mimo simples para ser entregue pelas crianças no dia da comemoração, em casa. Hoje, acompanhando a vida escolar da minha netinha, vejo que as escolas realizam festinhas para a comemoração das datas. Alguns dias antes, não sei dizer quantos, começam os preparativos para a festa. Há ensaios para a apresentação de danças, ou outras exibições, pelas crianças, e preparação de presentinhos. A festa ocorre alguns dias antes da data, na presença dos pais, chamados por convites. A data reservada para a comemoração do dia dos pais é o 2º domingo de agosto. Como falta pouco para a data, com certeza a