Golpe de dor
Sabíamos que nada é para sempre, e que nossa irmandade completa, mais dia, menos dia, sofreria baixas.
Nove irmãos unidos por laços fortes, instituídos, seguramente, pela feição dada à família por nossos pais Joaquim e Norma, e que ao longo de anos e anos conseguiram manter vivos a fraternidade e o sentimento de família.
Sabíamos que nada, nem ninguém, vive para sempre.
Mas achávamos que ainda teríamos muitos anos de convivência da irmandade completa. E nem cogitávamos da possibilidade de uma quebra instantânea.
Só que, inesperada e instantaneamente, fomos atingidos por um golpe fatal.
Nosso irmão Joanor, o primogênito, nos deixou sem qualquer aviso. Assim, de um minuto para outro.
Ele, tão forte, tão saudável, tão cheio de vida, e que tinha tudo para viver bem, ainda por bastante tempo, veio a perder tudo isto repentinamente.
E nos deixou perplexos, e imersos numa dor profunda.
Ficaram as muitas lembranças da convivência.
Suas brincadeiras, sua voz afinada entoando principalmente tangos, que tanto amava.
Seu porte bonito, sua seriedade, bondade, simpatia.
Seu prazer pela comida caseira, pelos doces que lembravam nossa infância, entre os quais o manjar branco. Seu entusiasmo declarado, quando era recebido com um cafezinho e uma fatia de bolo.
Seu tom de voz forte, seu carinho “envergonhado”.
Tinha uma forma peculiar de me chamar , apelido afetivo que só ele usava.
E, ao telefone, quando solicitado a se identificar para que eu recebesse a informação de qual o irmão estava me chamando, dizia prontamente: "fale para ela que é seu irmão mais bonito e mais inteligente”.
E na sua despedida final, no meio de toda nossa tristeza, a imagem forte que tivemos foi a da beleza.
Como você partiu bonito, meu querido irmão!
Heloísa, que dor! Na minha família, de 10 irmãos "de bartiga" e uma filha-neta, 11 ao todo, esta dor veio há quase 5 ano. O filho número 4 se foi, ainda muito novo, 62 anos. E minha mãe começou a partir, lentamente. Só posso lhe deixar meu abraço e meu carinho. Infelizmente é da vida. Estas espedidas são preparos para os mais jovens. A inexorabilidade da vida. Ou da morte, sei lá. Fiquem bem, mais unidos, com mais certeza de que o que os uniu vale as dores. Beijo.
ResponderExcluirOh, minha amiga, que tristeza e que dor! Não há preparo nem conhecimento que nos poupe da dor da perda de uma pessoa que amamos. E quando a pessoa nos deixa assim, repentinamente, aí é que a dor se mistura à perplexidade ao atordoamento. O pequeno consolo que temos é o de sabermos que amamos e fomos amados, o que acredito ser o sentido da vida.
ResponderExcluirUm grande abraço (e se precisar de algo que eu possa fazer, conte comigo!)
Muito triste mesmo! Vale dizer que ele é o do centro da foto, com o casaco amarelo, e realmente estava muito bem... Coisas tristes e inesperadas da vida, um "Golpe de dor" mesmo, ótimo título, assim como o lindo texto.
ResponderExcluirQueridos primos, admiro e sempre vou admirar o companheirismo de vocês, tinha muito carinho por ele, também tinha uma posição de ver o Brasil muito parecida com a dele, infelizmente o tempo dele nesta vida chegou ao fim, mas vou sempre lembrá-lo com o mesmo sorriso aberto e carinhoso que sempre teve comigo, grande beijo em todos.
ResponderExcluirMeus sinceros pêsames, Heloisa, bjs
ResponderExcluirHe estado ausente largo tiempo por motivos familiares, entro en tu blog y mira que me encuentro. Heloisa lamento mucho el fallecimiento de tu hermano mayor, las separaciones son crueles y aunque sabemos que es ley de vida, nunca nos parece que estas deberían llegar. Yo he estado ausente pues ha fallecido también el hermano mayor de mi mmarido, también ha sido el primero en partir. Comprendo tu dolor Heloisa y ta mando un abrazo muy, muy cariñoso, estoy contigo
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