Ano difícil


Meu blog tem 8 anos e meio e, durante todo este tempo, escrevi bastante. Principalmente nos seus primeiros anos.
Logo no seu início, os temas giravam mais sobre crianças, relacionamentos de mães com filhos e atuação das avós. Eu era vovó recente, e havia criado o blog entusiasmada pelo meu novo estado. Seu nome era Blog da vovó.
Contudo, em pouco tempo, temas diversos foram pululando no meu pensamento e entendi que precisava alterar o nome do blog. Para, inclusive, facilitar o entendimento do seu conteúdo, que não seria somente o de “conversas de vovó”. 
Alterar o nome, mas sem grandes mudanças, porque já era conhecido.
Foi assim, que a partir de dezembro de 2008, ele passou a se chamar Blog da vovó … mas não só.
Os anos seguintes renderam bastante. Histórias da netinha, da família, viagens, culinária, trabalhos manuais, livros, filmes, reflexões de diversas ordens.
Depois, a produção foi espaçando, rareando, até que, neste ano de 2016, quase se encerrou.
Até agora, mês de dezembro, foram somente três publicações, quatro com esta.
Nessa altura, para mantê-lo com alguma atualização, só fazendo uma retrospectiva ainda que bem resumida.
Na vida pessoal, e familiar, bons resultados, muitas alegrias, satisfatório enfrentamento de dificuldades, muito empenho para entender as diferenças, e boa saúde para a caminhada.
Na vida em sociedade, muito estresse, muita preocupação, desencanto e distanciamento. Tudo por conta da situação política do país.
2016 foi um ano difícil. O pior, é que começou antes, e dificilmente terminará no dia 31 de dezembro.
E tudo teve início quando, por falta de aceitação do resultado da eleição presidencial, o país foi jogado no caos.
Difícil entender como isso pode ter acontecido. É evidente que, em todo processo eleitoral, sempre há os vencedores e os perdedores. Encerrado o processo, os perdedores sofrem com a derrota, mas a vida continua. Quem sabe possam ser vencedores em outra ocasião. 
Os que disputaram a eleição, os que torceram por uns e por outros, os indiferentes, enfim, a sociedade, logo se aprumam e retomam o caminho.
Desta vez, contudo, parece que a vida não continuou. Rompeu-se. Ficou em cacos. 
Difícil retomá-la. As pessoas passaram a se estranhar, nas escolas, nos ambientes de trabalho, nas famílias. 
E não há como viver em sociedade sem ser afetado pelo que nela ocorre.
Assim, rodeada pelo clima de intolerância, de violência, de desrespeito, vivendo inúmeras decepções, e estupefata diante dos rumos do país, senti-me tolhida na escrita. Ideias, existiam. Mas o desânimo, decorrente de um grande sentimento de impotência, me desmotivou. 
A impressão que tive, no decorrer deste ano, é que só os temas desagradáveis fluiriam. E melhor era não lhes dar espaço.
Daí, a produção mínima. Ano difícil.




Comentários

  1. Heloisa, vim agradecer teu carinho por lá e tens razão:foi um ano difícil mesmo,mas pra nós, iniciamos com sérios problemas de saúde, depois cirurgias, quimioterapias,e finalmente vamos aproveitando, relaxando...Assim que se explodam essas porcarias de políticos que aí estão, aliás, pra mim não mudou nada...Esse que aí está e farinha do mesmo saco...

    Prefiro ficar com o que a vida tem de bom pra nos dar e tentando estimular e nos acostumar com a ideia dos netos irem pra fora desse paiseco que nada de futuro pra eles tem a oferecer. bjs, chica, FELIZ NATAL!

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  2. Oi, Helõ,

    Este ano está sendo realmente muito difícil! Como se não bastasse a crise na política, com os seus inevitáveis desdobramentos, ainda estamos vivenciando um horroroso clima de antagonismos, disseminações de ódios e coisas do gênero.
    É tanto negativismo que praticamente não como fugir disso, uma pena.
    Mas eu sou do time que acredita que o bem a verdade e a justiça acabam por prevalecer, então eu acho que dias melhores virão!

    Beijo

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  3. Senti mesmo sua falta, Helô! O ano foi realmente difícil e entendo perfeitamente tudo o que voCê escreveu.
    Mas temos que seguir e tentar fazer a diferença nessa loucura toda que está por aí.
    vamos ser otimistas, ter fé e acreditar que tudo vai melhorar. Com fé em Deus.
    Bj,
    Lylia

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