A Divina Callas



Sou do tempo em que o cinema era a grande distração das crianças e jovens. Cinema aos domingos, nas matinês após o almoço. Colocávamos nossas roupas de passear, e lá íamos nós caminhando até o cinema mais próximo de casa.
Eram os cinemas de rua, que hoje existem em número mínimo. Naqueles tempos havia diversos, pelo menos na minha cidade, e creio que em muitas outras.
O filme era precedido por um noticiário, e por um ou dois trailers.
Um pouco mais crescidos, já podíamos ir na primeira sessão dos sábados à noite, que se iniciava às 20:00 horas.
Era um programa e tanto, assistir a um filme naquele ambiente de magia.
Até hoje, adoro um bom programa de cinema, no cinema. 
Não criei o hábito de assistir filmes pela TV e, no tempo áureo dos DVDs, pouco aproveitei dessas oportunidades.
Hoje, com Netflix, Amazon Prime e outras novas formas de ver filmes, acaba ficando quase que impossível escapar dessas facilidades. E o cinema de rua, vai sendo adiado. Junte-se a isso a idade, que longe está daquela mocinha que ia caminhando por várias quadras, até o cinema mais próximo da sua casa.
Mas na última semana, no cinema mais próximo de casa, com uma plateia homogênea em idade, vibrei com “Maria Callas - em suas próprias palavras”. 
Documentário interessantíssimo baseado em entrevistas, cartas para amigos próximos, imagens de arquivo. 
O nome do filme é muito adequado. Realmente, passei a conhecer um pouco mais sobre Maria Callas, ouvindo-a falar. Durante todo o filme, entre interpretações magníficas de árias de Bellini, Rossini e outros, Callas fala e se mostra. E deixa passar toda sua submissão ao destino e sua frustração por não ter constituído família.
Do destino, não se foge, diz ela. Assim, explicava sua dedicação absoluta à carreira.
Sua vida foi difícil, principalmente sua vida pessoal, a vida da Maria. 
A vida de Callas, praticamente sufocou a de Maria, mas esse era seu destino, como ela cria fortemente. 
Maria Callas, a maior celebridade da ópera do século XX e considerada a maior cantora de todos os tempos, ao falar sobre o prazer de ser artista, disse que o artista dá, ao público, a ilusão de que a vida pode ser melhor.
Achei fantástica essa afirmação, embora entenda que nem sempre é uma ilusão. Realmente a vida com arte é melhor.
Nas duas horas do filme, ouvindo encantada Casta Diva, a ária da ópera Norma, de Bellini, O Amor é um Pássaro Rebelde, da Carmen de Bizet, e muitas outras, eu me senti realmente muito, muito feliz.
Obrigada, Maria Callas, por toda essa arte maravilhosa, por essa voz inigualável, e pelo enlevo que você nos passa, e que permanece no tempo.


Espero ter acertado na colocação do vídeo do trailer. Assista, é lindo.


Curiosidade: Meu avô materno, que era muito musical e que, em certa época da vida foi violinista, adorava ópera. Teve duas filhas e foi buscar seus nomes em óperas preferidas. Norma, minha mãe, dona de uma voz belíssima, e minha tia Carmen.

Comentários

  1. deve ser muito bonito. nada mesmo substitui a magia do cinema. estou querendo ver grande circo místico. mas nao sei se vou conseguir antes q saia de cartaz. apesar q com esse calor entrar em um ar condicionado de cinema deve ser uma delícia. beijos, pedrita

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  2. Obrigada por partilhar o trailer, amiga. Gostei imenso e deve ter sido muito bom ter visto no cinema o filme.
    Bjn
    Márcia

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  3. Eu também sempre gostei de ver filmes NO CINEMA e assim até hoje. Não gosto na tv. Dá sono !

    Esse filme é mesmo maravilhoso. ótima crítica! Aproveito pra desejar já agora um Natal cheio de alegria e muito amor pra ti e todos os teus! beijos, chica

    ( O vídeo deu certinho!)

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    Respostas
    1. Dei um mexida no comentário. Tomara consigas lá! bjs

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  4. Demais esse post com tantas informações e perceções interessantes. E volta comigo ao filme! quero ver essa maravilha com você.

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  5. Não vi. Porque não sabia que estava passando. Eu gosto muito da Maria Callas. Tenho muita empatia por ela. Uma mulher especial, um gênio da música, e sofreu tanto nas mãos de pessoas muito menores que ela… (Pelo WhatsApp).

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  6. Quanto aos cinemas, que saudade! Cada um com sua característica. Eu adorava sentar e ficar naquela expectativa, olhando as paredes, sabendo que iria acender uma luzinha dessa ou daquela cor, e os peixinhos, e… Cine Roxy, Cine Iporanga, Cine Gonzaga, a matinê baby…Era muito bom.

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  7. Aqui estou eu comentando meu próprio post, para verificar o funcionamento dessa nova janela de comentários.
    Muitas pessoas não estão conseguindo comentar, e por esse motivo resolvi testar outro modelo. Essa impossibilidade, ou dificuldade, também está acontecendo comigo em alguns blogs de amigas. Em alguns, depois de muita insistência e provando de mil modos que não sou um robô, consigo deixar um comentário, colocando meu nome. Em outros, nem assim.
    Então, vou tentar aqui.

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  8. Consegui comentar. Escolhi por meu e-mail do google e fui direto para o " publicar comentário". Não cliquei no quadrinho do robô.
    Boa sorte para quem quiser deixar seu recado.

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  9. Que bom ter alterado a forma para comentar. Vamos torcer para ficar mais fácil agora. Beijos

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  10. O cinema tem algo de mágico e a experiência de ver um filme na tela grande, sala escura e acompanhados por outras pessoas é realmente inigualável.
    Quero ver este filme desde que estreou, mas circunstâncias variadas têm me impedido.

    Um beijo

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  11. fui lá na postagem do filme ela comentar. nossa, vc teve a mesma sensação, preocupa. tb fiquei muito pensativa. as relações virtuais não podem bastar e ocupar todas as nossas vidas. a tecnologia ajudou muito aos encontros, a manter contato. mas não podemos esquecer da vida real. comentei lá http://blogdavovohelo.blogspot.com/2014/03/amor-virtual.html
    beijos, pedrita

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  12. Viajei em seu post...adorei!!
    Também sou da época das salas imensas e sessões duplas com intervalos, depois havia o boletim de futebol (canal 100) e trailers...Comprava balas (lembro do drops Dulcora e de Coca Cola) e confete também era bem popular.
    Apesar de gostar muito das telonas, as facilidades para assistir em casa me cativaram, sem contar que o custo para o cineminha acaba sendo muito alto para mim, só ocasiões especiais mesmo.
    Adorei o trailer, deve ser mesmo muito interessante, qdo tiver oportunidade com certeza assistirei.
    Abração, Heloísa!

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  13. Bom dia, Helô,
    Espero que o novo ano tenha começado muito bem e que seja assim por todos os meses.
    Estou escrevendo para te contar que assisti ao filme da Maria Callas aqui no Rio. Realmente dá vontade de bater palmas o filme inteiro. O bom foi poder fazê-lo no final, já que toda a plateia aplaudiu!
    Valeu a dica.
    Beijo grande

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