Éramos nove
Éramos nove, cinco homens e quatro mulheres.
Entre o mais velho e o caçula, 18 anos de diferença. Anos que fizeram diferença só durante algum tempo. Logo, todos convivíamos na igualdade. A diferença da idade, sumiu.
Carlos era o quinto, vindo logo depois de mim.
Levado, enquanto criança, e corajoso, agindo muitas vezes como um "galinho de briga".
Inteligente, trabalhador, dedicado, generoso, rígido, teve grande sucesso profissional.
Lembro que no Natal do seu primeiro emprego, chegou em casa como um verdadeiro Papai Noel. Ainda era solteiro, mas com muitos sobrinhos. Para a mãe, trouxe uma máquina de tricô Lanofix, verdadeira coqueluche da época. Para a criançada, diversos tipos de brinquedos.
Brincalhão, irreverente, ótimo piadista, provocava muitas risadas na sua plateia familiar.
De repente, um AVC, quase o derrubou.
Estava se recuperando, e despertando esperanças.
Mas veio outro AVC, logo seguido por uma tragédia aérea que lhe levou o filho do meio, o afável e carinhoso Cássio.
Carlos sucumbiu. O abatimento, somado às sequelas do AVC, durou pouco mais de 12 anos.
Sua alegria, seu dinamismo, seu entusiasmo, ficaram no passado.
Ontem, nosso irmão Carlos nos deixou.
Quero muito que ele, desde então, esteja livre, solto, sorrindo e em comunhão com os que amou.
E nós, que éramos nove, com essa nova quebra dolorida, somos sete.
Na primeira foto, estamos na ordem certa dos nascimentos, com a fila puxada por nossa mãe.
Na segunda, estamos todos, sem ordem de idade. Na terceira está faltando a Norminha.
Falei sobre o falecimento do primeiro irmão, em post escrito no dia 9 de julho de 2017.
Heloísa, obrigada por seus registros. Este, particularmente, me fez chorar. E muito legal a primeira foto.
ResponderExcluirBelas lembranças. E que foto linda da abertura. Como retrata bem o espírito de alegria e união daquela época...
ResponderExcluirUma linda família. Participei, como prima, de muitos momentos importantes desta família. Fui recebida muitas vezes em férias na casa da minha tia Norma com todo carinho. Eram todos como irmãos para mim. Sinto muto pelas perdas!
ResponderExcluirHelô, boa noite,
ResponderExcluirOh, querida, sinto muitíssimo! Por coincidência, hoje mesmo estive refletindo nos mistérios da morte e no quanto precisamos ser fortes, para não vergar. Acho horrivelmente surpreendente que uma pessoa ativa e cheia de vida, e muito capaz de fazer grandes diferenças, em seu meio, de repente, passe a não mais existir. Nesses momentos, sempre me lembro dos versos da poeta (do hemisfério norte), Edna St. Vincent Millay, que começa assim:
“Não me conformo em ver baixarem à terra dura os corações amorosos,
É assim, assim há de ser, pois assim tem sido desde tempos imemoriais:
Partem para a treva os sábios e os encantadores. Coroados de louros e de lírios, partem; porém não me conformo com isso”.
Fique bem e receba um abraço apertado dessa tua amiga.
Que lindas fotos e recordações que acompanham a todos pra sempre.
ResponderExcluirQuanto ao Carlos, descansou e agora ficam as saudades, essas sempre presentes! Sentimentos pra toda família! bjs, chica
nossa!! aqui somos só duas. sinto muito querida!
ResponderExcluirQuerida Helo, me llega leyendote tu tristeza, e imagino como os sentis, yo hace muy poco también he sufrido una pérdida familiar, ¡cuanta tristeza!, aunque todos sabemos que es ley de vida, ¡qué duro cuando llega el momento. Mucho ánimo y te envío todo mi cariño
ResponderExcluirSinto muito pelas suas perdas...
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