Na lama.



Saí para um cruzeiro de 8 dias, e voltei hoje.
Voltei com algumas fotos, com histórias, com novas experiências. E com os bons sentimentos de férias em família.
Mas voltei, também, com um enorme aperto no coração. 
Embora com comunicação difícil durante os dias no mar, praticamente sem internet, ficamos sabendo do acidente/crime ambiental em Brumadinho, Minas Gerais. E, desde então, a sensação de tristeza, de perplexidade, de revolta com o descaso que impera nas relações trabalhistas, com a banalização da vida humana, com a irresponsabilidade daqueles que ocupam posições proeminentes na segurança das pessoas.
Normalmente, vários são os fatores presentes num acidente. Entre ele, o fator humano. 
Difícil é supor que uma barragem rompa de um momento para outro, sem que tenha passado por algum processo de degradação. Faltou fiscalização?
Muitas vezes, a manutenção de um serviço em alto grau de segurança, requer altos gastos. Num sistema de capitalismo selvagem, onde o lucro é buscado a qualquer custo, os gastos foram realizados da forma necessária? 
No caso de Brumadinho, buscou-se a segurança máxima?
Havia precisão na questão dos alarmes, e no treinamento para eventuais evacuações?
As vidas humanas envolvidas foram levadas em conta quando da construção das estruturas? Havia monitoramento constante das estruturas?
Havia preocupação do Poder Público, responsável pelo bem-estar do povo?
O Legislativo teve consciência da sua importância na regulação dos serviços de mineração?
E o Judiciário? E o Ministério Público?
Enfim, muitas são as perguntas. Acredito que todas elas foram feitas há poucos anos, quando do rompimento de barragem em Mariana. Ficaram sem resposta. 
Continuam no ar. Sem respostas. Sem responsabilizações  Sem aproveitamento da triste experiência.
Até quando?
Acorda, Brasil.

Foto G1, web.

Comentários

  1. Foi mais uma tragédia mais do que anunciada.Tristeza, consternação!Até quando mesmo é o que perguntamos! bjs praianos,chica

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  2. Vale de lama, quanta tristeza. estou desolada. tehho ouvido especialistas dizerem q escolhem barragens das mais baratas, as de lama, a própria lama faz a contenção, o que não acontece, porque lama não é segurança. e não fazem outras realmente eficazes pra economizar. mesmo a vale sendo a terceira empresa de maior numero de ações na bolsa. quanta monstruosidade e ganância. e as familias de mariana ainda abandonadas a própria sorte. recentemente aprovaram a ampliação de brumadinho em uma reunião com muita briga pq uma dizia que era inadmissível e perigoso. mas foi aprovada mesmo assim. por vários integrantes de vários segmentos. verdadeiros assassinos. desculpe minha indignação.

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  3. E tudo se repete...sempre, em todos setores...As velhas mazelas de interesses políticos/empresarias, a falta de transparência...
    E quando acontece a "tragédia" nos indignamos para posteriormente nos calarmos e os poderosos continuarem seus a construir seus reino$$$ de lama e sangue.
    Só espero que os apoiadores do novo governo que antes dizia seria mais flexível, não apoiem medidas futuras para favorecer grupos econômicos que não se importam com o meio ambiente, incluindo as pessoas.

    Tudo muito triste, amiga.

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  4. Perplexidade e revolta são os sentimentos que dominam a todos nós no momento. Somado a isso há também a sensação de impotência, a consciência de que isso tem que mudar, por ser algo intolerável.
    Que Deus se compadeça de nós!

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  5. Infelizmente só depois da tragédia é que se lembram do que poderia ter sido feito. Em Portugal acontece o mesmo. Foi muito triste o que aconteceu aí em Minas Gerais.
    Bjn
    Márcia

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  6. Um crime, de fato!

    Imagino a dor de quem perdeu vidas, memórias, espaços, trabalho!!! Muito triste tudo isso.

    Abraços,

    Araceli

    @pedradosertao
    www.pedradosertao.blogspot.com.br

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