Consumismo infantil


- Vovó, vamos comprar?

Estava num Centro Comercial com a Isadora, minha netinha (que ainda não tem 4 anos), e ela apontava para uma Barbie, numa vitrina de brinquedos.

- Mas você já tem a Barbie, minha linda.

- Mas vovó, essa é diferente, eu não tenho.

- Mas minha netinha, você não está precisando. Você já tem tantos brinquedos.

- Ah, vovó, mas essa é tão linda. Eu queria.

- Tá bem, minha boneca. Seu aniversário vai chegar e então a vovó vai lhe dar de presente.

- Tá bom, vovó (ela costuma ser cordata, principalmente com a vovó). Mas você me dá isso, também? E isso aqui ?

- Dou. No seu aniversário eu volto para comprar.

No final do passeio, paramos numa cafeteria e ela apontando para um “baton” de chocolate me perguntou:

- Vovó, no meu aniversário você também me dá isso?

- Esse "baton"?

- É, vovó.

E eu, achando graça no conformismo da minha menininha:

- Ah, minha linda, esse a vovó pode dar agora. Não precisa esperar o aniversário.

Voltei para casa pensando em como é difícil lidar com essas situações. E hoje, parece ser mais difícil ainda. 

Sim, porque as crianças não entendem o significado das compras, nem as relações com o dinheiro. Contudo, desde cedo são alvo de uma publicidade cruel. A cada instante surgem novos brinquedos, que lhes são mostrados de forma a despertar-lhes a vontade, e mesmo a criar a necessidade de tê-los.

Não basta haver três, ou quatro modelos de “Barbies”. São “trocentos” diferentes, todos acompanhados por seus acessórios.

Pobres crianças. Um passeio por lugares com lojas de brinquedos deve ser quase que um tormento. As ofertas são muitas. E todas atraentes.


E os pais, como se comportam?

Aqueles que podem, quase sempre atendem os pedidos das suas crianças, porque acham que não existe motivo para privá-las de um gosto.

Os que não podem, fazem sacrifícios para adquirir o objeto de desejo dos filhos ou, quando não conseguem, ficam tomados por culpa.

Haveria solução para isso?

Penso que precisamos nos esforçar bastante para desenvolvermos, nas nossas crianças, um consumismo consciente, e para ensiná-las a lidar com frustrações.

Isso porque, com certeza, durante sua vida nem sempre conseguirão ter tudo aquilo que vierem a desejar. Precisam, pois, estar preparadas. E bem preparadas.

Comentários

  1. É memso, Helô, como hoje em dia sair com as crianças torna-se perigoso neste sentido!
    Sinto que o comércio não tem este compromisso com a sociedade, empurram mesmo, principalmente nas datas convencionadas como esta que se passou. E é por isso que cada vez mais estou desanimada diante dessas datas, fico boquiaberta com o consumismo e a forma de se comprar sem consciência ou necessidade.
    Ainda bem, temos cabeças pensantes como a sua que sabe direcionar e explicar a criança que pode esperar pela data do aniversário para ganhar tais coisas.
    E acho mais legal ainda porque você é avó e está educando muito bem sua neta, aco contrário de algumas que já vi por aí, fazendo tudo o que eles querem, sem pensar no problema que passarão para os pais ou para a própria criança.
    Parabéns!
    bjs criocas

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  2. Oi Helô lá em casa é a mesma coisa, um consumismo total, a Nathalia pede de tudo mas entende quando dizemos que depois compramos, nunca faz escândalo por brinquedos ou presentes, graças a Deus! Mas confesso que é cheia de coisas, gosto de dar o que ela me pede, mesmo que demore um pouco. Acho que nós pais somos muito mais consumistas que eles. Gostaria de mudar sabia mas sinceramente não consigo, rs.
    Bjs!

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  3. Realmente é muito difícil lidar com essa fúria de consumismo lançada até sobre as crianças. Meu filhote tem 3 anos e 5 meses e é apaixaonado por carrinhos. Nunca foi muito de pedir as coisas, mas sempre quando vamos ao shopping ela "passeia" pela loja de brinquedos experimentando tudo. No final, na maioria das vezes, acabamos comprando para ele um carrinho Hot Wheels, que custa R$ 4,99. Mas também não é tooooda vez que vamos ao shopping que ele ganha este carrinho. Se ele vai a algum brinquedo (parquinho) daí não ganha o carrinho. Mas outro dia, quando ele viu um comercial na TV de um carrinho novo, grande, vermelho brilhante ele soltou logo: mamãe, vamos comprar? Também expliquei que não funcionava assim e me parece que ele entendeu. Hoje quando fui me despedir dele, ele me perguntou: Vai trabalhar? Eu disse que sim, que precisava trabalhar para comprar leitinho pra ele. E ele disse: Não mamãe, leitinho não, relógio do Ben 10. Quem aguenta? Beijos.

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  4. Helô, concordo plenamente! É preciso ter consciência do que se deve ou não dar aos filhos. Normalmente, quem tem um poder aquisitivo maior, tenta suprir a carência afetiva dos filhos com presentes. E quem não tem este poder, se sente frustrado. Minha mãe costuma dizer que minha filha e meu enteado já nasceram ricos. Isso porque quando nós éramos pequenos, a situação era crítica e tínhamos o básico para viver. Hoje as minhas criançastem tanto brinquedo e tudo de que realmente precisam para crescer saudáveis... Só que a propaganda é massacrante e faz com que as crianças pensem que sempre devem ter mais. Tento fazê-los ver que presentes são para datas especiais e que eles são felizes. Temos que conviver com o mundo competitivo e nem sempre se ganha.

    Beijos à vc, Isadora e Pri

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  5. Há muitos pais hoje em dia que nem querem ver a criança chorar quanto mais frustrada. Eles fazem de tudo para impedir que isso aconteça e depois as crianças crescem com a ideia de que tudo é gratuito e quase cai do céu, incapazes de lidar com situações em que não podem ter o que querem logo ali! O consumismo é mau, tanto para as crianças como para pais mas a sociedade está assim, só valoriza o que é material!

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  6. Helô,

    Não apenas concordo com você, como já refleti muitas vezes sobre esse assunto. Realmente a força da publicidade atiça os desejos naturais das crianças. Mais ainda do que o faz com os adultos! Eu tenho testemunhado os efeitos dos apelos publicitários na vida das crianças, pois como mãe observei um fenômeno inexistente em minha infância, que é essa permanente insatisfação das crianças de hoje, com relaçao às coisas que elas têm. Eu tive pouquíssimos brinquedos e as minhas amigas mais abonadas que ganhavam o brinquedo, digamos, cobiçável, experimentavam uma satisfação muito mais duradoura (que não raro se estendia até o término da infância).
    Já as minhas duas filhas viveram situações bem diferentes. A mais velha teve umas trinta Barbies (isso mesmo 30!). Isso porque além das que compramos, ela ganhava das tias e de pessoas que iam às suas festas de aniversário. E ganhava não apenas a boneca, mas todos os acessórios relativos a ela. O resultado disso é que ela não se apegava aos brinquedos do mesmo modo que as meninas de minha geração. A mais nova, embora também gostasse de brinquedos, com dois anos e meio já começou a se interessar pelos joguinhos de computador. E o computador, desde então, se tornou a paixão da vida dela.
    Agora, uma coisa boa no fato de as minhas filhas terem ganhado tantos brinquedos foi o repasse periódico deles às crianças mais desfavorecidas. Eu sempre repassava alguns no Natal.
    Por outro lado, esse fenômeno do consumismo infantil ainda será objeto de estudos psico/sociológicos, rsrs.

    Beijinho

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  7. Helô, é muito bom ver uma avó com esse pensamento. Geralmente a´^os deseducam... rsrs
    Vc está certíssima, não há porque satisfazer todos os gostos. Muito mais educativo é fazer a criança ansiar pelo presente, assim ela dará mais valor. Sou sua fã.
    Pensei muito em vc no dia das mães. Espero que apesar do sofrimento tenha conseguido curtir esse dia tão especial.
    Um abração!

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  8. Oi, Helô
    Senti saudade do cachorro de pelúcia grandão que está em cima da prateleira na foto, dei-o de presente à filha quando ela tinha 7anos... O tempo passa!
    Bjs

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  9. É dificil mesmo lidar com isso, né? A minha filhotinha tem quase tres anos, sempre quando vou a algum lugar, aviso antes: hj a mamãe não tem dinheiro, então não me paça nada. E em geral, ela não pede. Ela mostra, se encanta, e se for baratinho, eu acabo comprando. Outro dia, em uma loja, ela perguntava: mãe, vc tem dinheiro pra isso? eu falava: não. Ai ela respondia: então vou guardar no lugar.
    Achei que estava fazendo um bom trabalho... e assim espero continuar.
    Reconheço que se para nós mesmos é dificil frear o consumismo, imagina pra eles???
    beijinhos

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  10. Verdade Helô.
    Está cada vez pior o consumismo principalmente com relação às nossas crianças. Parece que queremos compensá-los por viverem uma realidade bem diferente da nossa. Hoje convivemos com medos, sobressaltos com a violência que está estampada na TV, na rua, nos meios de comunicação em geral, que tentamos protegê-los dessa maneira.

    Bjs no coração!

    Nilce

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  11. É, a questão é complexa, e deixa dúvidas. A Isadora acho que tem sido bem razoável. Esse final de semana achei graça, em uma loja de brinquedos, como ela realmente é cordata nesse quesito. Mãe, vc compra esse. Não, filha, está caro. E esse, mãe? Eu: também! E em nenhum momento ela reclamou, uma graça. E realmente saímos sem o consumo, e numa boa.
    Mas que é uma tentação, é! Até eu já estou gostando das mil variações das bonecas, das fadinhas, das pollizinhas... Tudo lindinho, super fantasia! beijos

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  12. Oi Helô,

    Ahhh que dureza isso. percebo que meu filho não é consumista, mas minha filha, "benzaDeus". Mas assim como a Isadora, ela aceita bem uma negativa, ou então o fato de que ganha'ra somente nas datas comemorativas. Com isso, consigo tranquilamente entrar em uma loja de brinquedos com eles e sair ilesa de chiliques infantis.
    Mas para chegar até aqui foi complicado, já que meu marido teve uma infância muito pobre e tinha insconscientemente o hábito de querer compensar isso com as crianças. Ainda bem que o diálogo sempre foi aberto e consegui mostrar a ele que isso prejudicaria demais as crianças.
    Concordo com você porém que o apelo é muuuuito grande, e muito maior até para os pequenos cujos pais não tem condiçòes de adquirir tanta parafernália. Por outro lado, apesar das lojas estarem repletas de brinquedos muitas vezes me parece tudo igual. Já houve ocasião em que entrei em lojas abarrotadas de brinquedos e não consegui achar um brinquedo que considerasse interessante ou inovador. Será que sou eu ou os brinquedos estão mesmo repetitivos, mudando somente a estampa de princesas para bichinhos ou para turma sei lá do que?
    Aproveito para agradecer sua visita lá no meu blog. Tenho pensado bastante em você e em sua mãe, pensamentos sempre positivos...

    Bjs, Elaine

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  13. Quanta verdade aqui! Hoje está assim, a coisa solta e os pais, em geral dão tudo, sem respeitar datas, como nós fizemos antes. Linda postagem!beijos,tudo de bom,chica

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  14. Helô, o comércio/ televisão já trabalha a cabeça das crianças ou melhor influencia desde de cedo, durante a manhã quando tem programas infantis a quantidade de propaganda de brinquedo, coisas que fazem brilhar os olhinhos das crianças, e fica até complicado para os pais lidar com essas situações, pois muitas vezes todos os amiguinhos tem um certo brinquedo.
    Em casa tinhamos meta pra tudo, até pra doces.. bjuss

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  15. Oi cumadi!
    Vou expressou tudo que sentimos...tenho minha filhota q tb se 'conforma' qdo dizemos que ficará para depois, mas, pela carinha vemos a tristeza. O assédio é imenso tanto na rua quanto na Tv.
    Agora, o baton foi a parte mais linda...esse a vovó compra agora...
    adoçou o coraçãozinho, né?!
    Um bejim e um lindo dia, viu?!
    da Vinni

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  16. Concordo contigo.
    Hj meu filho tem quase 14 (31/5) e qd ele era pequeno adorava Kinder ovo, e sabia q poderia ir várias vezes no supermercado, mas só ganhava 1 vez por mês.
    Creio que é função dos pais ensiná-los, fazer com q eles saibam q não terão tudo ao alcanse sempre,q a vida é assim,
    se eles não aprenderem a receber um não da família, qd partirem para o mundo, a frustração será grande.

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  17. Fui uma criança sem brinquedo.Quando tinha 7 anos ganhei de presente de Natal, minha unica boneca (uma boneca de papier marchê. Ainda me lembro da minha alegria e corrí la fora pra brincar com minha boneca. Naquele momento começou a chove pesado e começei a rodopiar na chuva com a minha linda boneca. A alegria durou pouco quando eu percebi que a mesma começava a se desolver deixando no seu lugar um monte de jornal cor de rosa. Imagina minha decepcao e tristeza.
    Depois desse incidente, eu mesma inventava e construia os meus brinquedos...mas essa historia e muito longo e qualquer dia eu blogo.
    Beijos pr ti e a netinha.
    me

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  18. Marlene Casagrandesábado, 15 maio, 2010

    Me identifiquei bastante com o que li aqui, inclusive com alguns comentários. Vivo esse mesmo dilema em casa, com minha filha que vai fazer 4 anos e como é difícil...
    Seu texto é muito verdadeiro, adorei! Tenha um ótimo final de semana!

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  19. Querida Heloisa, quando situações como essa surgiam, eu simplesmente dizia não e explicava por que, como vc fez com a Isadora. E os meus filhos não são nada consumistas, graças a Deus.

    Beijos!

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  20. Muito difícil, Heloísa, criar filhos hoje, com essa questão do consumismo. Mas isso vem dos pais, em sua maior parte. A geração das mulheres de mais de 30 e 40 e poucos já foi muito bombardeada com as propagandas e cresceram consumindo muito. Hoje, pais de crianças na faixa de uns 8 anos pra baixo, acabam sucumbindo (os pais) aos apelos da mídia e dão tudo aos filhos. Parece que lhes confere status.
    Minhas filhas estão atentas, fazendo de tudo para "não cairem em tentação", com tudo que vêm. Principalmente quem tem meninas, o apelo é muito maior.
    Bem disse a Beth: você é uma avozinha consciente!
    Bj

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  21. Olá!
    Esse problema do consumo infantil já está passando todos os limetes! Nós pais, junto com a família toda temos que mostrar as crianças que não podemos consumir desesnfreadamente, temos que ter cautela, tanto por causa do meio ambiente, como por causa das emoções!! Se vc mostra a ela que não pode ter tudo que quer de criança, vai ficar mais fácil no futuro quando ela perceber que, realmente, não podemos ter tudo...
    Adorei seu blog, suas dicas...
    Abs
    Carla
    http://mamaecaprichosa.blogspot.com

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  22. Ótimo artigo Heloísa... eu posso imaginar como é difícil para os pais privar os filhos de alguma coisa, mas penso que é uma atitude necessária. Na minha época de criança, isso deve fazer no máximo 6 anos, haviam roupinhas e acessórios das bonecas que eram vendidos separadamente, por isso eu só me lembro de ter tido uma Barbie, ela era a boneca grávida, mas tinha como você tirar a barriginha e o Bebê e ela ficava igualzinha as outras, por isso nunca julguei precisar de outras, depois que essa boneca quebrou eu ganhei outras, elas eram cinco, que eram bonecas susi, ela tinham o cabelo de cor diferente e uma delas era morena como a Daiane dos Santos, eu tinha ganhado praticamente todas de natal ou aniversário e as roupas tinham sido praticamente todas feitas pela minha avó, meus pais, apesar de sermos de classe média, é verdade, nunca esconderam quando passávamos por apertos financeiros e nunca me davam presentes sem uma justificativa plausível, não vou dizer que eu tinha vontade de comprar brinquedos que estavam na moda, mas eu desde cedo aprendi que querer ter algo, não é o mesmo que precisar daquilo, e agradeço muito a criação que eu tive pra chegar a consciência que tenho hoje...Ensinar o valor das coisas para as crianças é ensinar a valorizar as pequenas atitudes.
    POr exemplo, mesmo com todos os outros brinquedos que eu tinha, minha boneca favorita era uma miniatura da Mulan, do desenho da Disney, que não tinha uma perna, e para justificar nas nossas brincadeiras ela sempre era uma curupira... Como eu brincava mais com meu irmão do que com qualquer um nossas brincadeiras eram sempre com curupiras, ninjas, agentes secretos, carros, robos gigantes, dinossauros, e coisas do gênero... As raras vezes que brinquei de boneca como toda garota faz foram as vezes em que ia para a casa das minhas amigas, mas mesmo assim eu sempre dava um jeitinho para um robô gigante do mal atacar a cidade e agente quer que fazer alguma coisa...
    Hoje em dia eu tento passar parte dos momentos felizes que eu tive na minha para as minhas priminhas mais novas, com as quais eu gosto de brincar sem brinquedos, como meus primos mais velhos faziam comigo e com meu irmão... Nós inventávamos histórias e vivíamos aventuras, equipados unicamente de nós mesmos...
    Boa sorte com a sua netinha, ela parece ser uma graça...
    Luna :3

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  23. E a coisa está cada vez pior, consumo desenfreado de pessoas de todas as idades, de todas as classes sociais, cada uma de acordo com sua realidade, se endividando por objetos desnecessários, que logo serão descartados no meio ambiente. Nove anos depois deste post a apelação é muito maior.

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