Fim dos manuscritos?

Primeiro as mudanças se deram em relação à alfabetização. As letras e silabas já não importavam. O processo deveria começar pelas palavras.

Depois foi a vez da matemática. Aprender a taboada deixou de ser necessário. As crianças deveriam iniciar seu aprendizado pelas contas, sem qualquer memorização de cálculos.

Mas agora levei um susto.

Fiquei sabendo que atualmente se discute a permanência da letra cursiva.

Devem as crianças aprender a escrever com letras cursivas? Ou é suficiente que saibam escrever só com maiúsculas?

E fiquei pensando no meu tempo da antiga escola primária. No 1º ano escrevíamos com lápis. Aprendíamos a organizar um caderno, iniciando pelo cabeçalho. Tudo em letra cursiva.

A partir do 2º ano éramos introduzidos na escrita com tinta. Tínhamos uma caneta (um tipo de haste) onde era colocada uma pena, que devia ser molhada na tinta azul para que escrevêssemos nos nossos cadernos. Como? Com letras cursivas. Além de prestarmos atenção na caligrafia, devíamos ter muita atenção com a tinta.



As carteiras das escolas tinham um lugar próprio para o tinteiro, e quando molhávamos a pena em excesso, corríamos o risco de borrões no caderno. Contudo, havia os mata-borrões para nos socorrer.

Mais para a frente, no curso secundário, passávamos para as canetas-tinteiro, ou seja, aquelas que tinham uma pequena "bomba", que armazenava a tinta.

O tempo passou, surgiram as canetas esferográficas, facilitando a vida dos estudantes Eliminou-se o caderno de caligrafia, mas a letra cursiva manteve-se viva.

Mas agora ... Parece que corre riscos.

Dizem alguns educadores que ela atrapalha o aprendizado das crianças, tornando-o mais lento, e que até atua como agente desmotivador da leitura. (Li aqui).

Embora pareça que essa corrente é minoria, o risco da letra cursiva se tornar coisa do passado existe. Na verdade, chego a pensar que estão subestimando a inteligência e a capacidade motora das nossas crianças. Será que escrever unindo uma letra à outra é algo tão difícil de ser aprendido?

E os manuscritos, encontrarão seu fim?

 

Realmente  levei um  grande  susto ao saber dessa polêmica.

Heloisa 

Comentários

  1. Tomara não! Tenho o Neno aqui em casa, está na 2ª série e aprende com a cursiva, que foi aos poucos introduzida. beijos,chica

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  2. Muito me espanta ler isso dito por educadores...
    Pelo contrário, o gosto pela escrita motiva a criança a ler e gostar de aprender sempre mais...
    Tenho uma filha pequena e a ensino caprichar em sua caligrafia... e fica tão satisfeita quando consegue escrever com leveza...
    O que mais os 'novos' educadores irão inventar?!!
    Um bejim e brigadinha pelo alerta...
    Vinni

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  3. Adorei a cursiva no blog! Essa vovó está muito esperta! E que absurdo essa invenção. Nada a ver mesmo... Mas até por isso é bem capaz que emplaque, e que a Isadora já nem chegue a aprender.... Vai ser triste não acompanhar aqueles caderninhos lindos de criança, com o aprendizado da cursiva...
    beijos

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  4. Sério!!! Não sabia disso não!
    Eu fiz muita caligrafia quando criança e só ajudou-me, fez-me criar gosto pela escrita e pela leitura também. Aliás, já ganhei até um concurso de caligrafia uma vez, na escola do primeiro grau de meu filho num dia das mães, foi legal!
    Como bem disse a Priscila, será que não veremos mais os lindos caderninhos com as letrinhas dos futuros pimpolhos!
    Ahh, eu quero ver meu netinho um dia escrevendo!!!
    Cada idéia, sô!

    beijos cariocas

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  5. Nossa, quando a minha filha chegar a alfabetização, como será???
    Acho que eles estão inovando demais...
    beijinhos

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  6. Helô do céu!!!

    Susto levei eu agora ao ler o seu post. Meu pai tinha uma coleção de canetas tinteiro PARKER.
    E pensar que minha filha que tem 24anos, já é formada e tem pós há dois anos ainda faz caligrafia para ter sempre a letra cursiva cada vez mais linda.

    Isso não pode ser verdade. Esse assunto dá uma pesquisa de opinião.
    Socorro!
    Eu, como professora estou indignada.

    Bjs no coração!

    Nilce

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  7. Heloisa, tudo bem?

    Pois é, aqui as crinacas têm que aprender todos os tipos de letra e ainda escrever com caneta tinteiro. Essas coisas é só ai no Brasil. Pra cá o mundo continua bem antigo.

    Bjao

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  8. Até onde isso vai parar, meu Deus, lembro também na minha epoca de escola faziamos as vinhetas, cada mudança de dia tinhamos que fazer um traço e desenhar alguma coisa, era uma delícia.
    Beijos

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  9. Heloísa,
    nunca ouvi falar dessa discussão por aqui. A minha sobrinha está no 3º ano e escreve apenas com letra cursiva.
    Normalmente passamos a escrever com letra de imprensa por volta do 7º ano, por ser mais prática. Mas há quem consiga manter a letra manuscrita toda a vida, o que eu acho lindo. Adoro uma letra desenhada e bonita.
    Mas neste mundo moderno é possível mesmo que essa letra venha a desaparecer. Só espero que não seja tão cedo!
    Bjs

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  10. Olá Heloisa,
    Quantas mudanças, não é mesmo??? Acho a letra cursiva linda..Pois é, a cada dia descobrem algo novo. Depois de tantos anos verificou-se agora que existem dificuldades no aprendizado.
    Fique bem.
    Bjs mil

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  11. Helô, para mim é realmente inacreditável. Como eu gostava de ficar escrevendo nos meus caderninhos de caligrafia... Era tão bom. O tempo passa e as coisas mudam, mas algumas dessas mudanças são lamentáveis.

    Beijos

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  12. Helô, que notícia mais estranha! Concordo com vc... Nunca tinha ouvido falar nisso.
    Olha, pode fazer o peixinho sem medo. Fica divino!!!
    BJks

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  13. Também não sabia e até estou parva! Que estupidez... onde esse mundo vai parar? Desmotiva nada... a mim nunca me desmotivou, pelo contrário!

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  14. Oi Heloísa
    Eu também sou desse tempo das canetas de tinta permanente era assim que se chamavam.
    Por aqui não ouvi dizer nada, é uma pena se assim acontecer.
    Um beijo amiga

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  15. Oi, Helô,

    Isso parece coisa de gente acéfala, aaffe! O pior é que encontram infinitas razões para justificar esse tipo de idéia estapafúrdia. Conheço aqui uns três pais que botaram os filhos em cursos de caligrafia. O objetivo deles era, obviamente, tornar os jovens mais capazes de escrever com letras cursivas, com destreza e elegância.
    Beijinho

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  16. Temos entrevista e sorteio no blog com um autor bem conhecido na blogesfera. Acho que você vai gostar muito.

    Um beijao (Georgia)

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  17. Heloísa, eu acho isso o maior absurdo!

    O que irão inventar mais com o pretexto de "facilitar" a vida às crianças? Acho é que, a continuar assim, vão "emburrecê-las" (acho que essa palavras não existe...rs) cada vez mais. É tudo facilidades, "coitadinhos dos meninos", etc e tal. Um dia destes ninguém vai saber escrever uma letra, é tudo à base do teclado...
    Já eu adoro escrever à mão, o que hoje em dia se torna raro, mas muitas vezes escrevo à mão só pelo gosto que isso me dá.
    Coitadas das nossas crianças, entregues às ideias destes "invencionistas" da pedagogia...

    Ah, adorei o post sobre o consumismo infantil, pertinente certeiro como sempre. :)

    beijinhos

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  18. Helô,
    isso é uma surpresa!
    Quando o João foi alfabetizado (2003/2004) primeiramente a escrita era feita com letras maiúsculas e a transição ia sendo feita lentamente para a cursiva.

    Realmente muito polêmico!
    Beijos.

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  19. Quando a minha Heloísa estava na 1ªsérie e fiquei sabendo que a cartilha "Caminho Suave" era algo que as professoras abominavão tb. levei um susto gigantesco.....mudou-se o conceito do ensino.....pra melhor????? talvez!

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  20. Helô
    Que post mais bacana viu. Lembro que papai insistia demais para que aprendessemos a caligrafia. As palavras saiam tão direitinho naquelas duas linhas estreitinhas.
    Não cheguei a usar canetas tinteiro na escola, porém mais pra frente no curso de arquitetura fazia os projetos com canetas nanquim que deve ser a mesma coisa.
    Não existia Auto Cad ainda (outra coisa que se perdeu).
    Hoje as crianças alêm de não saberem escrever com as letras cursivas, o portugues é sofrivel....Vc. Cd. Pq. e ´por ai vai...
    Parabéns pelo post!
    bjk e linda semana

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  21. Heloísa, não li nada sobre isto e estou admirada! Claro que vai dar em nada, imagina se exigir isso. Antes se exigia que a criança saisse logo da letra "de fôrma". Eram só as primeiras fichinhas, no pré-primário que eram feitas assim. Nome do aluno, nome da professora, nome da escola, data do dia.
    Quanta invenção, não? Porque os educadores não se preocupam com
    coisas importantes? Esta nem devia entrar em discussão!
    Beijos!

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  22. A questão principal é que não se faz mais educadores como antigamente. Se fizermos uma análise, podemos comparar e essa forma de ensino com a tal pergunta sem resposta: "quem nasceu primeiro o ovo ou a galinha?" Explico: Vivemos uma época que se tem preguiça de ensinar, mas necessita-se do c-cheque, entao faz-se de conta que ensina e finge-se que aprende, o importante mesmo é cumprir o cronograma. Assim o mentecarpo recebe o salário e mongol... recebe o diploma. Comemora-se com um happ onde todos fingem ouvir musica de verdade e dessa forma ninguem fica a dever para o outro exceto para o humanóide racionale que cada vez mais desce na escala involutiva. Esse aluno de hoje (o mongol)será o educador (o mentercarpo) de amanhã. E como será a sociedade do futuro? Sera que teremos a futura sociedade formigas? Ou estaremos tetrocedendo a uma sociedade de neandertais?

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