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Mostrando postagens de maio, 2009

Trabalhos manuais

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Não lembro se aprendi os primeiros pontos de tricô com minha mãe, ou com minha avó. Mas os outros segredos, tais como colocar pontos na agulha, diminuir, aumentar aprendi com minha mãe. Os primeiros pontos de bordado, também aprendi com ela: ponto haste, nózinhos, alinhavo ... Naquela época isso era muito comum. E, quem não aprendia em casa, não tinha como escapar do aprendizado no colégio: havia no currículo escolar a disciplina de trabalhos manuais. Gostando, ou não, tendo jeito, ou não, as meninas tinham que bordar. Nossos trabalhos eram feitos no chamado “pano de amostras”, um retângulo de um tecido bom (acho que linho, ou cambraia de linho) e, no fim do ano escolar, esse “pano” estava repleto de pontos diferentes de bordado, cadeia, crivo, ponto sombra, caseado, richelieu, bainha aberta etc. Além dos pontos, também fazíamos casas de “pano”, e com caseado, e pregávamos botões e colchetes. Na ocasião, em plena adolescência (nossa, já fui adolescente) eu não gostava desse tipo de tr

O tempo

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Confesso que tenho dificuldades para entender o “tempo”. Diz o dicionário que ele é a sucessão dos anos, dos dias, das horas etc., que envolve, para o homem, a noção de presente, passado e futuro. Não é tão simples assim. Qual a medida do tempo? Por que para uns ele passa rápido, e para outros, devagar? Ou, pelo menos, porque alguns têm a impressão de que têm todo o tempo do mundo, enquanto outros vivem atropelados, e sem tempo para nada? E o mais curioso é que um mesmo fato pode dar agora a sensação de que aconteceu “ontem”, mas amanhã pode estar parecendo que aconteceu há séculos. Com frequência, sinto isso. Às vezes parece que ainda ontem eu vivia com meus pais e irmãos. Parece, também, que ainda ontem eu cuidava dos meus filhos, cantava para eles e os colocava para dormir. Foi ontem? De repente, tenho a impressão de que faz muito, mas muito tempo mesmo que eu almoçava numa mesa grande, tendo meu pai na cabeceira, minha mãe e meus irmãos em volta. Percebo, também, que faz tempo, mu

Torta com sabor da infância

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No último dia das mães , resolvi festejar a data resgatando uma torta de bananas, que minha mãe fazia para servir de sobremesa à sua turminha. Para isso, obedeci a um verdadeiro ritual. Lembro que a torta era feita numa travessa branca bem grande e, como eu não tinha nenhuma travessa assim, pus-me a campo para encontrar uma semelhante. No supermercado, onde usualmente faço compras, encontrei uma linha de travessas que poderia servir. Só que elas continham a seguinte gravação: forno de microondas e máquina de lavar-louça. E a torta, em questão, deveria ir ao forno convencional. Daí, fiquei preocupada com a possibilidade da travessa rachar no forno, comprometendo o resultado. Procurando bem, encontrei uma da mesma marca, em tamanho pequeno. Preço menor, achei que valeria a pena comprá-la para um teste. Foi o que fiz. Com a travessa, bananas, ovos e açúcar parti para o teste, ganhando, assim, uma sobremesa extra no dia. A travessa suportou bem o forno. Voltei ao supermercado e comprei a

Livro sem dono II

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Já dei o “pontapé inicial” no meu projeto do “livro sem dono”, e o livro escolhido foi " A menina que roubava livros" do Markus Zusak. Foi escolhido ao acaso, mas até que teve seu lado interessante : a menina, no caso, adorava livros mas não tinha como adquiri-los. Escrevi o seguinte na sua 2ª página: Estou “esquecendo” esse livro aqui, para que você o possa ler. Em seguida, “esqueça-o”, também, num lugar público, para que possa ser encontrado e lido. Se preferir, dê para alguém interessado, que também deverá esquecê-lo após sua leitura. Assim, muitos poderão ter a oportunidade da leitura e ele será um “livro sem dono”. Como estava em São Paulo, resolvi que deixaria o primeiro livro numa cafeteria que costumo freqüentar, num “shopping”. Só que, ao invés de deixá-lo sobre uma mesa, deixei-o para dentro do balcão, onde trabalham diversas mocinhas, que até poderão fazer um rodízio entre elas. Nada me garante que esse projeto seja bem sucedido, mas será uma tentativa de dar opor

Livro sem dono

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Adoro ler.  Quando criança, não havia televisão, passeios em “shoppings” (que evidentemente também não existiam), viagens de fim de semana e feriados, programas fora de casa. As crianças se divertiam dentro de casa, nos seus quintais, brincando com os irmãos (sim, quase todas as crianças tinham irmãos) e lendo. O livro era o grande instrumento de lazer e prazer, e penso que era mais fácil formar o hábito da leitura naquela época. Comecei a ler cedo, e sempre li. Em certas ocasiões, principalmente de muito trabalho profissional, o ritmo da leitura para lazer era mais lento. De qualquer forma, sempre havia um tempinho para o livro, ainda que na cama, antes de dormir. Com isso, as estantes de livros vão ficando cheias. Alguns deles, têm um significado especial, mas a maioria já cumpriu seu destino: ser lido. Dificilmente, para esses, haverá uma releitura. E foi, por isso, que comecei a pensar numa forma de proporcionar, a outras pessoas, a leitura desses livros. Organizar um clube de

Do jeito que eu gosto

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E deu certo o almoço do dia das mães. Deu até para preparar um bolo de aniversário para que um dos irmãos, que havia aniversariado na véspera, apagasse suas velinhas entre os demais. A Torta de Bananas ficou, realmente, com gosto de infância, assim como o Manjar Branco. E para registrar a data: A dona da festa As flores A mesa As cenas E.... a Torta de bananas

Minha mãe II

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Já falei sobre sua beleza, sobre sua voz linda, sobre sua força de vida, sobre seus cuidados com filhos e netos, sobre seu gosto pela leitura, sobre seu interesse por tudo que a rodeava, sobre sua dedicação. Hoje, teria que falar da sua tranquilidade, e da aceitação daquilo que a idade lhe trouxe. Mas, querendo marcar o dia das mães com uma imagem diversa, fiz uma viagem ao passado, lembrando da nossa vida em família quando éramos onze debaixo do mesmo teto. E vi minha mãe, administrando o dia-a-dia de sua família, sempre cantando e criando (crianças, comidas, roupas). E pensei como devia ser difícil administrar uma casa, numa época em que não havia eletrodomésticos, nem facilidade nas compras de produtos para a cozinha. Tudo precisava ser preparado em casa. Não havia semi-prontos, nem congelados.  O pudim de leite, que fazemos num instante batendo no liquidificador o leite condensado, com leite e com ovos, era feito na mão, batendo-se uma dúzia de ovos e acrescentando-se os outros in

Crianças e morte

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Volta e meia a Isadora, minha netinha, faz perguntas sobre seu pai. -Mamãe, por que o papai morreu? -Porque ele ficou muito doente, filhinha. Foi para o hospital, tomou muitos remédios, mas morreu. -Mas mamãe, o titio também foi para o hospital e não morreu. Realmente é muito difícil uma criança de menos de três anos entender o desfecho das doenças. Por que alguns ficam doentes, morrem, e outros não? E, logo, logo, teremos que explicar para ela que nosso “cachorrinho Igor”, seu grande companheiro em Itanhaém, morreu há poucos dias. Será que dessa vez ela vai começar a entender, um pouco melhor, o significado da morte? Será que ela vai perceber que existem partidas sem volta?

Ano da França....na minha casa

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No último dia 24 de abril, teve início o Ano da França no Brasil, que terá duração até o dia 15 de novembro. Durante esse período muitos serão os debates, as atrações artísticas, os encontros gastronômicos, tudo para ampliar o conhecimento da França contemporânea e estreitar as relações entre o Brasil e a França. Em 2005 ocorreu o contrário: o Ano do Brasil na França. Espero, nos próximos meses, ter a oportunidade de participar de alguns dos eventos já programados. Gosto muito da língua francesa, dos filmes franceses, gosto muito de escutar Édith Piaf e Charles Aznavour, gosto bastante da culinária francesa e ... adoro Paris. E foi pensando nisso tudo que resolvi iniciar o Ano da França na minha casa, “en pétit comité” . Aproveitei o domingo para assistir um filme encantador, ouvir um CD do Aznavour e para fazer de sobremesa um “ crème brûlée” ( pela primeira vez). O filme foi “Os Guarda-Chuvas do Amor”, com Catherine Deneuve, mocinha, lindinha. É um filme do ano de 1964, tod

Afastando o tédio

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Estou tendo uma recuperação fantástica, e talvez o que mais tenha me incomodado nesses primeiros dias pós-cirurgia tenha sido a falta da internet. Incrível, não?  Fiquei sem a mordomia do wireless, sem banda-larga, e utilizar a internet discada é algo absolutamente impossível e irritante. Agora, já de volta à minha casa em Santos, estou pronta para assumir minhas funções na blogosfera, com a infra-estrutura usual. Repouso relativo, um pouco mais cuidadoso nos primeiros dias (que já passaram).  Confesso que nesses dias iniciais cheguei a sentir um tédio imenso. Sem poder sair, e com algumas limitações, minha maior distração foi a leitura. Fiz um revezamento entre livros e revistas, mas senti falta de conversas (todos estavam trabalhando) e da navegação virtual. Estava bem entediada até que encontrei uma tapeçaria inacabada, que havia começado a bordar há algum tempo, mas que estava encostada. E essa tapeçaria me fez perceber o alto poder de entretenimento, e também de relaxamento, do t