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Bolsinha dengosa

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  Outro dia escrevi sobre bailes de formatura dos meus tempos de juventude. Aqueles bailes em que as moças colocavam seus vestidos longos, de tule ou tafetá, os rapazes iam de terno, muitas vezes de smoking, e a orquestra, depois de muitos boleros, foxtrots e sambas-canções, garantia três valsas lindas, usualmente à meia-noite. Tudo era muito elegante.  E não é que outro dia, arrumando uma gaveta de lembranças, muitas dos tempos das valsas, voltei aos meus 15 anos ao encontrar minha “minaudière”. Minaudière, com seu nome original vindo da França, é uma bolsinha metálica com pequenas divisões internas, e um espelho. Continha o essencial para uma noite de festa: espaço para um batom, pó de arroz, ou compacto, pequena esponja e um espelho. Havia minaudières um pouco maiores, com outras repartições, inclusive para piteiras e pequenos relógios, e que eram usadas nos grandes salões. Com essa bolsinha tão especial, as jovens compunham seu figurino de festa.  Na verdade, a minaud...

Grande demais

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Quer coisa mais prazerosa do que assistir a um bom espetáculo musical? Eu sei que existem outras coisas também muito prazerosas, mas a música é algo tão sublime, algo que nos emociona de tal forma que parece atingir nossa alma. E a música de Antonio Carlos Jobim está entre essas que deixam marcas profundas. Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, o Tom Jobim, brasileiro no nome e no nascimento, foi um músico em grau máximo: compositor, pianista, violonista, arranjador, flautista e cantor. Sua obra é extensa e maravilhosa. Difícil é escolher uma música. E difícil é falar sobre o que ele representou, e representa, para a música brasileira.  Conhecido mundialmente, sua música Garota de Ipanema é uma das músicas mais gravadas de todos os tempos. Eu sei que vou te amar, Águas de março, Passarim, Desafinado, Se todos fossem iguais a você, Sinfonia do Rio de Janeiro, músicas e mais músicas, todas lindas, algumas em parcerias incríveis. E não é que eu tive a oportunidade, na última sem...

Vamos conversar?

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Posso ligar para você? Essa é uma pergunta que, quase obrigatoriamente, devemos fazer para as pessoas com quem queremos conversar pelo celular. A pergunta segue pelo whatsapp, e a pessoa, com quem queremos conversar, dá a aprovação, ou não. Caso ela possa atender o telefone no momento, a ligação se completa. Em caso contrário, temos que aguardar um horário mais conveniente. É evidente que devemos ser cuidadosos, respeitando os horários de trabalho do receptor (a). Ou os de descanso. Mas, tirando isso, o que nos impediria de tentar uma conversa com um amigo? Com a evolução dos meios de comunicação, os códigos de comportamento sofreram uma grande mudança. Hoje, temos que ser cautelosos, e devemos telefonar para alguém somente após o consentimento. Aqueles tempos em que podíamos ser mais espontâneos, ficaram para trás. Assim como ficaram para trás os telefones fixos, que usamos durante muito tempo para nos comunicarmos com os amigos. A qualquer hora. Os tempos são outros e, agora, é obrig...

Tempo das valsas

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Hoje recebi uma mensagem de uma amiga, acompanhada por um vídeo com algumas valsas que seriam as mais ouvidas no mundo. Que lindas. Impossível não sentir emoção. Ao ouví-las fui sendo transportada aos anos da minha juventude, principalmente anos 50, com seus bailes de formatura e os momentos importantes das valsas.  Os bailes de formatura marcavam solenemente o final de alguns anos de estudo, não só dos cursos universitários como também de cursos médios, técnicos ou artísticos. Ao terminar meu Curso de Piano, após 9 anos de estudo, tive meu baile de formatura com todo refinamento possível. As moças iam aos bailes com vestidos longos, de tule ou tafetá de seda pura. Ou, ainda, de renda. Às vezes era usado o vestido "ballet" (hoje, midi).  Lembro muito de um vestido longo de tafetá "changeant" que me vestiu em alguns bailes. Tecido também conhecido, na época, por furta-cor, era muito delicado com nuances diversas dentro da sua escala de cor. Na parte da blusa o vestid...

Por onde estão?

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Já comentei que iniciei meu blog no ano de 2008, numa época em que os blogs fervilhavam. Fazíamos uma pesquisa pelo assunto, e passávamos a acompanhar o blog que nos atraía. Pelos comentários, íamos conhecendo as pessoas, e aumentando o número dos blogs que seguíamos. O dia sempre começava com a leitura dos blogs amigos. Havia uma troca interessante de comentários, e o início de muitas amizades que muitas vezes saíam do mundo virtual e passavam para o físico. Tive a oportunidade de conhecer algumas blogueiras residentes em outros países, e nossos encontros foram muito agradáveis. Em Lisboa conheci as irmãs Claudia e Isabel Marques, e a simpática avó Gabriela, que morava em Torres Vedras e que foi nos visitar em Lisboa, na companhia de filha e neta. Quando em Aix en Provence, conheci a Ana Tereza , uma brasileira que havia se transferido para a Provence, e que foi me visitar  no hotel onde eu estava hospedada, com seu filhinho que na época (2009) tinha 1 mês.  Conheci, também, ...

Retomando hábito

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 Sempre gostei muito de cinema. Nos meus tempos da juventude, o grande programa da semana era o cinema aos domingos. Havia muitos cinemas de rua, e as garotas colocavam seus vestidos de sair para as matinês do final de semana. O tempo passou, a televisão chegou e as idas aos cinemas foram afetadas. Muitos achavam que era mais confortável assistir a filmes em casa, pela televisão. A programação era a do canal de tv, e os filmes, geralmente, eram filmes meio antigos. Depois chegaram os vídeos e as inúmeras locadoras, com filmes de várias épocas e de diversas procedências. Já existia mais poder de escolha e, muitas vezes, filmes recém-lançados já se encontravam nas prateleiras das vídeos-locadoras. E as mudanças continuaram. Começaram a aparecer os "streamings", que aniquilaram os aluguéis de vídeos. Entre nós, parece que o primeiro foi a Netflix. Passei por tudo isso, mas me mantive fiel aos filmes nos cinemas. Continuava a achar que nada se igualava a sentar diante de uma tela...

Aquecimento

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Estava tão decidida a retomar meu blog, que  não me dei conta de que antes de toda largada deve haver um aquecimento. E me lancei com toda vontade na atividade da escrita, mas sem ter pensado num preparo para a empreitada. Depois de alguns anos sem escrever, sinto-me um pouco travada, e percebi que para desenvolver os vários assuntos terei que fazer um aquecimento concomitante ao desenrolar dos textos. Preciso ter uma atenção especial a tudo que acontece ao meu redor, aos acontecimentos sociais, aos meus sentimentos, aos sabores e perfumes, à natureza, aos fatos passados, à vida. A observação apurada, permite que se encontre temas diversos, e esse exercício funciona como um aquecimento potente para a escrita. Com certeza, olhando para os fatos da vida, focada em encontrar histórias que mereçam ser contadas, logo estarei pronta para dar sequência à minha largada. Assim espero.