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Mostrando postagens de 2020

Vivendo o ano do isolamento

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O ano está acabando. Ano difícil, para todos.  Para todos, do mundo todo. Inacreditável o acontecimento que atingiu pessoas do norte, sul, leste e oeste, com uma velocidade enorme e deixando resultados nunca pensados. De todas as fatalidades, de todas as perdas, de todas as sequelas, tivemos ciência. E milhares sentiram essas perdas e dores muito de perto. Não é preciso comentá-las. Vou tentar falar das coisas boas que vivi, no meio de toda a tensão da pandemia. Era preciso descobrir uma forma de viver bem o isolamento. A grande realização foi completar, em novembro, 83 anos de idade, com saúde e disposição. E força para a caminhada difícil iniciada com o distanciamento social. Muita, muita gratidão. Me dediquei bastante à costura criativa, cuja aprendizagem eu havia iniciado em outubro de 2019. Foi minha tábua de salvação nessa sucessão de dias difíceis. Consegui me desenvolver bem e fiz muitos, muitos trabalhos. Bolsas, bolsinhas, carteiras, porta-celulares, jogos americanos ...  Um

O ano em que não cortei o cabelo

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O ano começou como todos os anteriores. Queima de fogos na praia, beijos e abraços, votos de realizações, boas expectativas e, até, alguns sonhos. Veio janeiro, com seu calor abafado e úmido, veio fevereiro, com carnaval e início do ano escolar. Chegou março, quando o ano iria dar seu arranque e caminhar no sentido das realizações. De repente, as notícias vindas do exterior, a respeito das mortes causadas por vírus que atingira a China no final de 2019, passaram a repercutir seriamente entre nós. Essas notícias já circulavam desde o início do ano, mas eram vistas como algo distante. Em fevereiro ficaram mais próximas, quando do repatriamento de brasileiros que viviam na cidade chinesa de Wuhan, primeiro local a sofrer os efeitos fatais do coronavírus.   Os brasileiros residentes na China chegaram, e ficaram de quarentena em base aérea.  No mais, parecia que tudo continuava dentro do usual.  O problema era do outro lado do mundo. Era em outro hemisfério. Estávamos em fevereiro. E os eco

Parada no tempo?

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  Às vezes, a sensação é de que parei no tempo. Dentro de casa, caminhando no circuito das salas, quartos, cozinha, área de serviço. Mínimas saídas de poucos minutos, só ao ar livre. Cabelo crescendo, chegando a comprimento usado somente até o final da década de 70. Tudo isso? Acho que sim. Rotina completamente alterada. Atividades usuais, dependendo somente da minha vontade e empenho.  Costurar? Sem professora. As aulas, que haviam se iniciado em outubro de 2019, foram interrompidas no período das festas do final de ano, e das férias. Retornaram no final de fevereiro e ficaram suspensas desde 13 de março. Voltaram há pouco, mas não para quem é do grupo de risco. Então? Estou fora. Exercícios físicos? A fisioterapia, com foco no alongamento, que acontecia duas vezes por semana, também está  suspensa  desde março. Agora, a atividade só é feita, s em supervisão,  quando com algum esforço eu me proponho.  E assim, confinada, o tempo passa. Parece que parei no tempo mas, na verdade, perceb

Novo aprendizado

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Depois de meses de isolamento total, formamos uma pequena bolha de contatos pessoais com filha e neta. Mantendo todos os cuidados, passamos a receber visitas das duas. Até que, um dia, a Isa me perguntou se podia vir passar uns dias comigo. Achava que, aqui, ficaria mais focada nas suas aulas pela internet. Assim foi. E está sendo muito bom ter em casa mais vida, mais movimento, mais som, principalmente o das suas risadas quando joga on-line com seu amigo Théo. Mas, com toda essa energia boa, veio uma certa  desarrumação. Fiz alguma s listinhas para ajudá-la na organização, fixando-as em lugares importantes. Tem a listinha do quarto, do banheiro, do canto de estudos ... Quando a Isa chegou para  sua temporada com a vovó, eu estava bordando um quadrinho da Frida. Ficou encantada, e aproveitei para perguntar se ela queria aprender a bordar. No mesmo dia começamos o aprendizado.  Enfiar linha numa agulha, fazer nozinho p ara iniciar o trabalho, ponto alinhavo, ponto haste, ponto atrás, n

Bordando

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Se a costura criativa já me deixava fortemente envolvida, e com vontade de ficar só no lazer, a redescoberta do bordado serviu ainda mais para eu me distrair, e preencher bem o tempo dentro de casa. Quando aprendi os pontos básicos de bordado, há muito e muito tempo, os primeiros passos eram ensinados por mães,  ou avós, e reforçados nas escolas. A disciplina Trabalhos Manuais, fazia parte do currículo das escolas, ao lado das outras matérias. Lembro que fazíamos o chamado Pano de Amostras, um retângulo de tecido branco, onde eram bordados os vários pontos em linhas paralelas. Nesse Pano de Amostras também aprendíamos a fazer casas para botões, bainhas e outros procedimentos práticos. Naquela época  o bordado era muito usado em utilidades como toalhas de mesa, toalhinhas para bandejas, roupinhas para recém-nascidos e crianças, panos de prato. Os enxovais das noivas tinham muitas peças bordadas em ponto cheio, sombra, "richelieu", crivo e por aí vai. Com o tempo, tudo foi muda

Conversa de vovó

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  Logo cedo minha netinha Isadora, que gosta de ser chamada de Isa, me disse: - Vovó, ontem à noite li todos os posts que você escreveu sobre mim, desde 2008. Amei. Por que você não continuou com os "alertas de conversa da vovó"? Sim, escrevi muito sobre minha netinha que, aliás, foi quem me inspirou a criar esse blog. Falei sobre suas primeiras descobertas, primeiras palavras, ida para o colégio, aniversários, férias com a vovó. O início foi quando ela estava com 2 anos.  Numa certa altura do blog eu passei a usar um alerta. Quando o tema dizia respeito a historinhas da Isa, eu colocava um alerta para avisar meus leitores de que aquele post era uma "conversa de vovó". 12 anos se passaram, a menininha linda e companheira se tornou uma moça linda e amiga. As muitas horas passadas com a vovó em brincadeiras, foram sendo substituídas pela internet e jogos online, individuais e com amigos.  O convívio intenso entre avó e neta, diante dos novos interesses, naturalmente s

Rotina

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Um dia atrás do outro. Um dia igual ao outro. Sem sonhos, sem planos. Acordar, organizar os serviços da casa, comprar orgânicos pela internet, mantimentos por aplicativos, remédios pelo telefone. Higienizar os produtos que chegam. Cozinhar. Distrair com algum trabalho manual. Assistir algum filme ou série. Alternar momentos de serenidade, com momentos de angústia. E lá se vai o tempo. Em três dias serão 5 meses completos. Quando isso mudará?

Pisando no chão

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Foram dias maravilhosos. Depois de mais de 120 dias de confinamento absoluto em casa, senti, com muita força, que estava precisando de pisar no chão de verdade. Terra, grama, piso de concreto, piso rústico... O que eu queria, com certeza, era ficar algum tempo num plano térreo, sair do meu 18º andar, poder abrir a porta, sair e caminhar ao ar livre. E tive essa oportunidade graças à gentileza e carinho de uma amiga, que me cedeu sua casa-paraíso. Pude trocar meu confinamento na minha cidade praiana, pelo confinamento no campo, no meio de muito verde, céu azul, sol muito quente, flores,  canto de passarinhos, tranquilidade. A cada dia me sentia melhor, a ponto de quase esquecer a rotina desgastante e tensa, desses tempos tão difíceis.  Voltei com nova energia. Mas voltei, também, com a impressão de que, de tempos em tempos, precisarei dar uma escapada do meu posto nas alturas, com vistas lindas da praia, para um chão firme, com ch

Cores na cozinha

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A beleza pode ser encontrada em quase todos os lugares. Assim como o prazer. Comecei o dia cuidando de duas hortaliças e, de repente, ao abrir a abóbora cabotiá, e descascar as batatas doces roxas, fiquei tocada pela beleza das cores. Além dos sabores, da memória afetiva de vários pratos, da satisfação de ver o resultado de novas receitas, dos aromas, a cozinha muitas vezes nos surpreende e nos mostra a beleza das cores e das formas. Nesses dias difíceis, precisamos, cada vez mais, aproveitar todos os detalhes, todas as visões, todos os atos e sons que nos rodeiam e nos surpreendem agradavelmente. E assim, vamos procurando viver bem no nosso pequeno universo. 113 dias. Nota - Esse quiabo diferente tem formas lindas. E é gostoso. A batata doce roxa é deliciosa. Fui descascando e provando.

Adequação

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Nesse último final de semana tivemos tempo feio, nublado e com chuva. Afinal, já estamos no inverno e temos tido uma sequência de dias bonitos, quentes e ensolarados. E, de repente, parece que o inverno resolveu se insinuar. E não é que eu gostei dessa mudança de tempo? As nuvens, a chuvinha, os tons cinza da praia, transmitiam tristeza.  E o ar da paisagem se adequou totalmente ao que estamos vivendo. Com tempo feio, chuva e friozinho, nada melhor do que ficar em casa. Já são 111 dias. Foto tirada às 8:35 h do sábado, dia 27/06/2020.

Criando com HeloArte

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Percebi que, ultimamente, tenho falado e escrito muito sobre desalento, desesperança, cansaço. Tudo isso existe, mas também está presente o empenho em cumprir as tarefas de casa, cozinhar e costurar. A costura criativa, que entrou na minha vida em outubro de 2019, há somente oito meses, parece que me acompanha há muito mais. Antes disso, eu não costurava. De repente, passei a fazer diversos trabalhos, como se tivesse feito isso durante toda a vida. No início, ainda quando em aulas, eu estava me dedicando mais à produção de bolsas e carteiras. Fiz várias, e estava com vários projetos. Com a pandemia e o distanciamento social, sair de casa ficou fora de moda. E, como tal, usar bolsas. Passei, então, a buscar projetos de utilidades, que pandemia nenhuma pudesse atrapalhar. E tudo, usando material que tivesse em casa, ou que pudesse adquirir pela internet. É uma atividade apaixonante, que ocupa a mente e relaxa. Pensamentos sobre vírus, mortes, confusão social, riscos,