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Mostrando postagens de janeiro, 2019

Na lama.

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Saí para um cruzeiro de 8 dias, e voltei hoje. Voltei com algumas fotos, com histórias, com novas experiências. E com os bons sentimentos de férias em família. Mas voltei, também, com um enorme aperto no coração.  Embora com comunicação difícil durante os dias no mar, praticamente sem internet, ficamos sabendo do acidente/crime ambiental em Brumadinho, Minas Gerais. E, desde então, a sensação de tristeza, de perplexidade, de revolta com o descaso que impera nas relações trabalhistas, com a banalização da vida humana, com a irresponsabilidade daqueles que ocupam posições proeminentes na segurança das pessoas. Normalmente, vários são os fatores presentes num acidente. Entre ele, o fator humano.  Difícil é supor que uma barragem rompa de um momento para outro, sem que tenha passado por algum processo de degradação. Faltou fiscalização? Muitas vezes, a manutenção de um serviço em alto grau de segurança, requer altos gastos. Num sistema de capitalismo selvagem, onde o luc

Sonho

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Iniciado o noivado, a moça  começava a se dedicar ao enxoval. Sim, porque, com o casamento iria surgir uma nova casa que precisava ser guarnecida. Às noivas, cabia a organização das roupas de cama, mesa e banho, além da preocupação com o enxoval pessoal. Aos noivos, a responsabilidade pelos móveis e pelos poucos eletrodomésticos da época. E com a moradia. Falo de tempos bem atrás. Em algumas famílias, a confecção do enxoval começava anos antes do noivado. Era importante, para evitar correrias, ou muitos gastos de uma só vez.  Isso porque havia um roteiro a ser seguido: a moça cresceria, iria noivar e casar, e dela se esperava não mais um dote, mas todas as roupas necessárias para a vida da família que ia se formar. E lá iam as moças casadoiras atrás de peças capazes de provocar admiração das amigas, e da família do noivo. Linho, cambraia, bordados, rendas, renascença,  guipir,  filó! Tudo era muito lindo.  As habilidosas também assumiam o bordado de toalhas de me

Allah la ô

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Já estou me sentindo um animal noturno, meio companheira dos morcegos ou das corujas. Com dias de calor intenso, com temperatura superior a 35º, mas com sensação de temperatura altíssima, chegando a mais de 45º, a prudência determina que eu fique em casa. O sol está se pondo próximo das 20:00h, e é então que eu saio atrás de ar livre e, como os morcegos, atrás de comida: compras de supermercado, só nesse horário. Durante o dia, tentativas de ficar em ambiente natural, sem ar condicionado, mas passado um tempo, eu me rendo e acabo buscando uma temperatura refrigerada. Para dormir, só com ar condicionado ligado durante toda a noite. Há quem adore ficar em ambiente refrigerado, mesmo durante 24 horas. Embora reconhecendo a enorme utilidade, mais que isso, a necessidade do condicionador de ar, depois de um tempo de uso, eu fico incomodada. Tenho, então, que me afastar um pouquinho. Abro as janelas ansiando por vento, tento ficar firme, mas acabo capitulando. Os tempos m

Novo ano: luz e sombra.

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Iniciamos o ano de 2019 assistindo, na praia de Santos, uma linda queima de fogos.  Clima de alegria, ótimas companhias. Terminados os 16 minutos dos fogos, e depois de um tempinho, voltei para casa pensando no significado dessa passagem de ano.  De um lado, o reconhecimento do benefício de estar viva, de estar comemorando mais uma entrada de ano, de estar acompanhada por pessoas queridas.  De outro, as apreensões. Como será esse ano, na esfera pessoal? E, sobretudo, como será esse ano na esfera social, na vida como cidadã brasileira? E veio um estremecimento.  Em poucas horas, uma nova política velha passaria a comandar nossas estruturas administrativas, passaria a regrar nossas vidas. Política velha com  roupagem de extremismo, mostrando, mesmo antes de começar a ser adotada, um desprezo total pelo humanismo, pelo social, pelo cultural. Os psicólogos e psicanalistas nos aconselham a manter pensamentos tranquilos, positivos, elevados. Tudo isso em benefício