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Curiosidade

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Quer coisa mais curiosa do que uma garota usando roupa da sua avó? Pois isso acontece. Volta e meia minha netinha, que está agora com quase 19 anos, vira pra mim e pergunta; vovs (é assim que ela me chama) vou pegar um seu casaco. Está bem? E lá vai ela com o meu casaco, que na maioria das vezes acaba não sendo devolvido.  Ela costuma se vestir bem na esportiva, com muito preto, como muitos jovens gostam. Blusas coloridas, raramente. Pois não é que outro dia ela se encantou com minhas camisas, e se arrumou toda dengosa com uma delas? E depois, com outra? Camisetas básicas, também desaparecem das minhas gavetas. Mas o curioso, mesmo, aconteceu num dos últimos fins de semana. Ela e uma amiga haviam dormido na minha casa e queriam ir à praia, só que não haviam trazido biquini, ou maiô. Então a Isa, Isadora, me pergunta: vovs, tem maiô para nos emprestar? Abri a gaveta dos maiôs, e ela escolheu dois. Acontece que ela é bem mais alta do que eu, e o maiô inteiro não chegava na altura ond...

Ritmo de vida

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  Sabe aquela história de se arrumar rapidinho para uma saída de última hora? Quantas vezes recebemos um convite de uma amiga para um cinema, ou outro programa, mas com o alerta de que falta pouco tempo para o evento? Respondemos, sem titubear, que não há problema. Que vamos tomar um banho ligeiro, e nos arrumar rapidinho. E que, no horário certo, estaremos no local. Pois é, na velhice isso não acontece.  Por mais que nos esforcemos, por mais que tenhamos sido rápidos no decorrer da vida, não conseguiremos dar conta do recado, e resolver toda a arrumação em pouco tempo. Não dá para sermos rapidinhos. Portanto, convites de última hora não podem ser aceitos. Eu sempre fui rapidinha. Fazia muitas coisas ao mesmo tempo e conseguia manter a pontualidade. Continuo a ser pontual, mas agora faço tudo com calma. Mesmo porque a calma garante a segurança. Já imaginou uma idosa sair de um box de banheiro com pressa? Estará correndo risco. Ou se vestir com velocidade? Colocar meia, amarrar...

Por que temos filhos?

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Você já se fez essa pergunta? Por que temos filhos? Por que tenho filhos? Outra noite me surpreendi pensando nisso. Por que tive filhos? Meus filhos têm mais de meio século de vida, e agora é que me vem essa indagação. Para a minha geração essa era uma pergunta que não se colocava. Nós crescíamos com um roteiro desenhado: estudar (os meninos mais do que as meninas), namorar, noivar, casar ... e ter filhos. Tanto era assim, que o primeiro/a filho/a nascia, na grande maioria dos casos, antes do casamento completar um ano. levando-se em conta que a virgindade era mantida até a data das núpcias. E assim íamos seguindo os caminhos socialmente traçados. É evidente que tudo isso mudou, e hoje dificilmente existem essas fases tão marcadas, que antes levavam os jovens ao casamento.  Talvez nas novas gerações, ao contrário das antigas, essa indagação esteja presente, ainda que em diferentes formas: devo ter filhos? quando devo ter filho ? tenho condições de ter filhos? Mas, ainda assim, ness...

Viagem afetiva

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  Já participei de várias viagens com minha neta Isadora, mas viagem somente de nós duas essa foi a segunda. Meu tempo de muitos passeios, alguns de última hora, ficou para trás. A pandemia trouxe a interrupção e com o passar do tempo, e da idade, foi ficando mais difícil marcar uma viagem. Principalmente para o exterior. Entram algumas preocupações que, até há pouco tempo, não eram sequer cogitadas. Horários, hospedagem em hotel com restaurante, box de banheiro do hotel com barras de segurança, passeios que não exijam muito esforço, temperatura do local, e por aí vai.  Assim, com a vontade de fazer uma viagem com a Isadora, e depois de alguns levantamentos de lugares e de algumas indecisões, resolvemos passar alguns dias em Santiago, capital do Chile. A cidade é linda, com muito espaço, muito verde e com a presença maravilhosa da Cordilheira dos Andes. Já havia me encantado com ela em outras ocasiões. Pouco antes do avião aterrissar em Santiago, já temos, por bons minutos, a ...

Bolsinha dengosa

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  Outro dia escrevi sobre bailes de formatura dos meus tempos de juventude. Aqueles bailes em que as moças colocavam seus vestidos longos, de tule ou tafetá, os rapazes iam de terno, muitas vezes de smoking, e a orquestra, depois de muitos boleros, foxtrots e sambas-canções, garantia três valsas lindas, usualmente à meia-noite. Tudo era muito elegante.  E não é que outro dia, arrumando uma gaveta de lembranças, muitas dos tempos das valsas, voltei aos meus 15 anos ao encontrar minha “minaudière”. Minaudière, com seu nome original vindo da França, é uma bolsinha metálica com pequenas divisões internas, e um espelho. Continha o essencial para uma noite de festa: espaço para um batom, pó de arroz, ou compacto, pequena esponja e um espelho. Havia minaudières um pouco maiores, com outras repartições, inclusive para piteiras e pequenos relógios, e que eram usadas nos grandes salões. Com essa bolsinha tão especial, as jovens compunham seu figurino de festa.  Na verdade, a minaud...

Grande demais

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Quer coisa mais prazerosa do que assistir a um bom espetáculo musical? Eu sei que existem outras coisas também muito prazerosas, mas a música é algo tão sublime, algo que nos emociona de tal forma que parece atingir nossa alma. E a música de Antonio Carlos Jobim está entre essas que deixam marcas profundas. Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, o Tom Jobim, brasileiro no nome e no nascimento, foi um músico em grau máximo: compositor, pianista, violonista, arranjador, flautista e cantor. Sua obra é extensa e maravilhosa. Difícil é escolher uma música. E difícil é falar sobre o que ele representou, e representa, para a música brasileira.  Conhecido mundialmente, sua música Garota de Ipanema é uma das músicas mais gravadas de todos os tempos. Eu sei que vou te amar, Águas de março, Passarim, Desafinado, Se todos fossem iguais a você, Sinfonia do Rio de Janeiro, músicas e mais músicas, todas lindas, algumas em parcerias incríveis. E não é que eu tive a oportunidade, na última sem...

Vamos conversar?

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Posso ligar para você? Essa é uma pergunta que, quase obrigatoriamente, devemos fazer para as pessoas com quem queremos conversar pelo celular. A pergunta segue pelo whatsapp, e a pessoa, com quem queremos conversar, dá a aprovação, ou não. Caso ela possa atender o telefone no momento, a ligação se completa. Em caso contrário, temos que aguardar um horário mais conveniente. É evidente que devemos ser cuidadosos, respeitando os horários de trabalho do receptor (a). Ou os de descanso. Mas, tirando isso, o que nos impediria de tentar uma conversa com um amigo? Com a evolução dos meios de comunicação, os códigos de comportamento sofreram uma grande mudança. Hoje, temos que ser cautelosos, e devemos telefonar para alguém somente após o consentimento. Aqueles tempos em que podíamos ser mais espontâneos, ficaram para trás. Assim como ficaram para trás os telefones fixos, que usamos durante muito tempo para nos comunicarmos com os amigos. A qualquer hora. Os tempos são outros e, agora, é obrig...