Tardes felizes

O cinema sempre me proporciona horas felizes. Não vou por ir. Seleciono os filmes, leio as sinopses, e isso acaba me garantindo um bom programa. E é maravilhoso quando sou brindada com um filme delicado como o último que assisti: "Minhas tardes com Margueritte". Filme francês, com direção de Jean Becker, e que tem nos papéis principais Gèrard Depardieu e Gisèle Casadesus. Ele, Germain, um agricultor grandalhão, tosco e semi-analfabeto. Ela, Margueritte, uma velhinha frágil, delicada, e apaixonada por livros. O filme gira em torno do encontro casual dos dois, na praça de uma cidade pequena, que leva ao desenvolvimento de uma amizade comovente. A relação de afeto vai se formando durante as tardes, no banco da praça, com Margueritte lendo para Germain obras como A Peste, de Albert Camus. Essa amizade traz mudanças na vida de cada um, que são percebidas, com espanto, pelos amigos de Germain. O filme é lindo. Uma poesia. Encantador, emociona e celebra a amizade, e a vida.