Tempo das valsas

Hoje recebi uma mensagem de uma amiga, acompanhada por um vídeo com algumas valsas que seriam as mais ouvidas no mundo.
Que lindas. Impossível não sentir emoção. Ao ouví-las fui sendo transportada aos anos da minha juventude, principalmente anos 50, com seus bailes de formatura e os momentos importantes das valsas.
Os bailes de formatura marcavam solenemente o final de alguns anos de estudo, não só dos cursos universitários como também de cursos médios, técnicos ou artísticos. Ao terminar meu Curso de Piano, após 9 anos de estudo, tive meu baile de formatura com todo refinamento possível.
As moças iam aos bailes com vestidos longos, de tule ou tafetá de seda pura. Ou, ainda, de renda. Às vezes era usado o vestido "ballet" (hoje, midi).
Lembro muito de um vestido longo de tafetá "changeant" que me vestiu em alguns bailes. Tecido também conhecido, na época, por furta-cor, era muito delicado com nuances diversas dentro da sua escala de cor. Na parte da blusa o vestido tinha alguns bordados com vidrilhos, miçangas e fio metálico, feitos por mim. A pena é que não fiquei com nenhum registro da imagem desse vestido, nem dos outros dois ou três que tive nesse tempo dos bailes. As fotos eram raras, e nem mesmo do meu vestido de tule branco fiquei com uma lembrança. Só mesmo a da memória, que é bem viva.
Os salões de baile eram requintados e reservavam a parte central para as danças, com mesinhas ao seu redor. Em Santos, o principal salão para os bailes de formatura era o do Parque Balneário Hotel, prédio majestoso, com salões e jardins lindos. Em São Paulo, um salão muito requisitado era o do Clube Homs, na importante Avenida Paulista.
A música era lindamente garantida por orquestras completas. No meu tempo dos bailes, a orquestra do Sylvio Mazzuca parecia ser a que dominava os salões. Boleros, fox-trots, sambas-canções.
Comumente eram três as valsas dançadas pelos formandos/formandas, quase todas de Strauss, entre as quais a Valsa do Imperador, Valsa das Flores, Bosques de Viena, Vozes da Primavera, Danúbio Azul.
Os formandos dançavam a primeira valsa com o pai, ou mãe. A segunda, com a madrinha, ou o padrinho, e a terceira com o namorado/a, irmão/ã, ou amigo/a.
Há muito tempo não vou a baile de formatura. Sei que ainda acontecem em alguns cursos, em algumas faculdades, mas não tenho ideia de como sejam.
As valsas ainda são dançadas?
Em tempo: Fiquei muito tempo sem escrever no meu blog e, com isso, tenho encontrado algumas dificuldades. Quis muito inserir um vídeo nesse post, com uma valsa de Strauss. Talvez Danúbio Azul ou Valsa do Imperador. Mas não consegui. Se tiver alguém que possa me explicar como fazer, ficarei muito grata.
Que linda imagem essa,Heloisa!
ResponderExcluirSabes que na minha cidade haviaqm os bailes de debutantes. Minhas irmãs iam felizes, de longos, etc...Quando chegou a minha vez de ir, nunca quis. Não fazia meu gênero.Só olhar e pronto!
Que bom ganhaste essa mensagem que te fez lembrar com saudades dos teus tempos de rodopiar valsando pelos salões!
Lindo descanso ou folias!
beijos, chica
¡Qué bonitos recuerdos!, en mi época aquí en España al terminar la carrera no había celebración de ningún tipo, pero imagino el glamour de los que tu describes, todo cambia.... Un beso
ResponderExcluiradorei a postagem, tem um filme russo muito bonito com muitas valsas. sem corte de câmera. é bem bonito. a arca russa. agora não lembro se tem valsas. será q me confundi. bom, o filme é bonito. beijos, pedrita
ResponderExcluirQue belo post, fui lendo e me lembrando de uma frase dita por um pensador místico: "A evolução é um refinamento do gosto". Da qual pode-se concluir que o mundo tem involuído, nas últimas décadas.
ResponderExcluirA verdade é que já fomos mais requintados, em vários sentidos. Até onde eu sei, as valsas apenas são tocadas hoje em festas particulares, como as de debutantes. Uma pena. As vestimentas também estão deixando a desejar, em minha opinião, rsrs.
Beijo
P.S:
Não sei porque as suas postagens têm aparecido com atraso para mim.
Marly, concordo com você. Especialmente em roupas, acho que involuimos bastante. E em respeito, também.
ExcluirNão sei a causa de você estar recebendo minhas publicações com atraso. Em muitas coisas eu estou tendo dificuldades para postar, mas na publicação, em si, acho que tudo está certo. Bj.
Já ouvi dizer "saudade do que não vivi", e foi exatamente o que seu texto, Helô, me fez sentir. Mamãe também contava dos bailes e agora me lembrei dela e de como eu ouvia tais histórias. Revivi momentos que vivi com minha mãe, e momentos que não vivi, mas imaginei tantas vezes, inclusive agora com você. Obrigada pela descrição de tempos tão melhores - pelo menos nesse aspecto!
ResponderExcluirJá ouvi dizer "saudade do que não vivi", e foi exatamente o que seu texto, Helô, me fez sentir. Mamãe também contava dos bailes e agora me lembrei dela e de como eu ouvia tais histórias. Revivi momentos que vivi com minha mãe, e momentos que não vivi em bailes, mas imaginei tantas vezes, inclusive agora com você. Obrigada pela descrição de tempos tão melhores - pelo menos em vários aspectos.
ResponderExcluirBeijos
Zaira
Olá, Helô! Fui a poucos bailes de vestido longo, todos de formatura. As músicas e o parceiro (atualmente, marido), eram motivadoras. Sabia que você tocava piano, mas não sabia que tinha formação longa. Que maravilha! Bjs
ResponderExcluirLinda crônica, repleta de boas lembranças. Atualmente continuam a existir bailes de formatura mas....uma grande bagunça. Excesso de gente no espaço de dança e "a hora da valsa " perde toda a magia. Antigamente havia mais respeito aos rituais. A ilustração que vc escolheu é belíssima e seu texto cheio de imagens delicadas , "bordadas "como os lindos vestidos da época. Belos tempos.
ResponderExcluirFaltou me identificar, Maria Inês Notari.
ResponderExcluirDe fato. Eu aprendi a dançar com minhas irmãs. Antes de começar a trabalhar eu ia aos bailes do centro dos estudantes no prédio da Humanitária. Aos sábados e domingos ia também para a sede do IAPETRANS no bairro do Gonzaga em seguida, e dançava até o Clube fechar. Belos tempos da minha juventude. Já tinha parceiras para dançar. Depois mudei para Itanhaém trabalhando no escritório de contabilidade e só nos fins de semana é que eu vinha para Santos de vez enquanto. Tudo mudou….
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