Minha mãe II
Já falei sobre sua beleza, sobre sua voz linda, sobre sua força de vida, sobre seus cuidados com filhos e netos, sobre seu gosto pela leitura, sobre seu interesse por tudo que a rodeava, sobre sua dedicação. Hoje, teria que falar da sua tranquilidade, e da aceitação daquilo que a idade lhe trouxe.
Mas, querendo marcar o dia das mães com uma imagem diversa, fiz uma viagem ao passado, lembrando da nossa vida em família quando éramos onze debaixo do mesmo teto.
E vi minha mãe, administrando o dia-a-dia de sua família, sempre cantando e criando (crianças, comidas, roupas). E pensei como devia ser difícil administrar uma casa, numa época em que não havia eletrodomésticos, nem facilidade nas compras de produtos para a cozinha. Tudo precisava ser preparado em casa. Não havia semi-prontos, nem congelados.
O pudim de leite, que fazemos num instante batendo no liquidificador o leite condensado, com leite e com ovos, era feito na mão, batendo-se uma dúzia de ovos e acrescentando-se os outros ingredientes. O bolo, a panqueca, tudo na mão. E o frango? O peixe?
E a dificuldade em resolver o que fazer para o almoço e o jantar da família?
Sim, naqueles tempos, tínhamos jantar todas as noites. Depois é que houve a substituição por lanches.
E assim, pensando nas refeições, lembrei dos doces que ela fazia, e também de duas sobremesas que eram muito comuns: a laranja e a torta de banana.
A laranja era levada à mesa com casca. E o incrível é que minha mãe tinha a paciência de descascá-la mesmo para os filhos já grandes. Deixava somente com a pele branca e cortava no meio, como "tigelinhas", para que pudéssemos chupar. Para aqueles que preferiam chupar em gomos, ela também tirava a pele branca.
Tenho essa lembrança bem forte. Nunca a ouvi falar que já tínhamos idade para descascar nossas laranjas. Descascar laranja para uma, ou duas crianças, é uma coisa. Mas descascar para seis, sete, ou mais, já é ... demais.
Hoje, vejo que era uma forma dela poder mimar individualmente os filhos. Aproveitava a ocasião para isso, porque com nove filhos não deveria sobrar muito tempo para mimos.
A outra sobremesa era a torta de bananas com suspiro, que adorávamos. Era feita numa travessa bem grande, e ela ia servindo um a um, a partir do caçulinha.
Já sei o que vou fazer nesse dia das mães: trazê-la para almoçar na minha casa, chamar meus irmãos ( e consortes) e apresentar, como sobremesa, uma torta de bananas com suspiro.
Heloisa,
ResponderExcluirantigamente tudo era mais trabalhoso. lembro que minha avó materna fazia sabão num tacho. Vc imagina isso? E os doces: goiabada, pessegada... Ela tb criou 10 filhos .
E meu avô materno era quem descascava as laranjas para os netos. Eu achava lindo pque ele conseguia descascar de uma unica vez sem quebrar a casca. Ficava uma pontona que a gente brincava. Eu achava lindo...
Aproveite o dia das mães com ela e Parabéns para vc pelos dias das mães.
Querida, imagino como essa época era difícil criar nove filhos...
ResponderExcluirDesejo para você e para sua querida mãezinha um maravilhoso dia das mães!!!
Tenha um maravilhoso domingo!
Beijos
Que mulher heroína!
ResponderExcluirTenha um lindo dia com ela e seus filhotes, muitos beijinhos nela e em você por este dia.
Feliz Dia das Mães!
bjs cariocas
Heloísa,
ResponderExcluirUma bandeja de laranjas sendo descascada na mesa, e com faca, para cada um dos filhos! ah, eu vivi isso também. Minha mãe descascava para todo mundo sem quebrar as cascas da laranja que de tão longas ainda viravam brincadeira. Eu até hoje descasco laranja desse jeito e chupo na tigelinha. Aqui ninguém come laranja assim mas o Per já não estranha mais, até já gosta de chupar laranjas.
Ser criança com mães como as nossas era uma delícia, não?
Bj,
C.
Heloísa querida, sua mae sem dúvida é uma mulher que merece todo respeito e admiração desse mundo!! Criar 09 filhos, cuidar da casa, do marido, e com tanto bom humor e alto astral, cantando, sorrindo... que lindas lembranças você tem dela?
ResponderExcluirEssa laranjinha, eu conheço bem... quando eu era criança (até uns 6, 7anos), meu avô também descascava assim para mim... me dava as metades com a pele branca, como uma tigelinha também, para eu chupar.... nossa, eu adorava!!
Ele faleceu quando eu tinha 14 anos... ele teria 101 anos hoje, se ainda estivesse vivo... me deu muita saudade dele, ao ler teu post!!!
Tenho certeza de que você vai emocionar a todos da sua família, com essa surpresa que pretende fazer no dia das mães... que delícia, amiga!!
Beijo grande, e um dia das maes maravilhoso para vc
Mari
Depois mostra a fotografia da torta :)
ResponderExcluirAmor de mãe não tem fim, não é? Até nas coisas mais pequenas elas colocam todo o amor que têm ;)
Que engraçado eu revejo-me nas suas palavras como sabe eu tenho 8 irmãos e a minha mãe também era assim.
ResponderExcluirUm beijo á sua querida mãe e feliz dia das mães para si amiga um beijo .
Quando é aí o dia da mãe?
Como voce me alegra com estas lembranças: tigelinha de laranja, doce de banana, e sobretudo a voz e as risadas da Norma! Ela foi feita, certamente, de uma reserva especial de Deus, um barro diferente, para Maes de primeiríssima qualidade.
ResponderExcluirBeijocas.
Regina
Que belas recordções vc tem da sua vida em família! Que pessoa especial foi tia Norma e que
ResponderExcluirprivilégio tê-la até hoje !Apesar das limitações trazidas pela idade, é uma PRESENÇA!
Abrace-a por mim, e por mim sinta-se também abraçada. Quero-lhe muito bem, prima!
M. Cecília
Heloísa, essa da laranja descascada e cortada é uma lembrança de infância mesmo.
ResponderExcluirAté que minha mãe só teve 3 filhos, mas era 1 por ano. E fazia bolos, costurava, cozinhava, bordava... Senhor! Dá pra imaginar tal coisa? Sim, porque você viveu essa experiência e todos dessa geração, não é?
Sua sensibilidade sempre nos cativa. Essa torta deve ter sido uma volta ao passado.
Bjs.
Querida Heloisa,
ResponderExcluirespero que seu dia das mães tenha sido maravilhoso.
Li e adorei o que você escreveu. Nossa memória em relação as comidas familiares, realmente têm um sabor único e com gosto de saudades.
Beijos e boa semana,
Solange
Oi Heloísa,
ResponderExcluirUm beijo para você, Priscila e para a fabulosa mamãe de 9: minha querida tia Norma.
Regina
Queridas comentaristas,
ResponderExcluirMuito obrigada pelos comentários.
Nos tempos da minha infância, o comum era família grande. Mas mesmo para aquele tempo, família tão grande quanto a minha era exceção.
Achei interessante o fato de que a lembrança das laranjas descascadas também existe na memória de algumas de vocês.
E para minhas amigas portuguesas, uma informação: no Brasil festejamos o dia das mães no 2ºdomingo de maio.
beijos
Helô, sinta-se beijada e abraçada neste dia especial, apesar dos outros 364 dias igualmente especiais para as mães.
ResponderExcluirHeloísa, descascar as laranjas em tijelinha foi um hábito que mantive também em casa, com meus filhos, mas à noite, sentados no sofá, vendo televisão. Em meio à nossa vida corrida, este era o horário do dia em que, com certeza, sempre estávamos juntos.
ResponderExcluirbeijos
Heloísa, que lindo texto de homenagem a sua mãe. Uma super mãe, por sinal!
ResponderExcluirParabéns por essa família bonita que vocês têm.
Bjs
Helô, A sua família foi abençoada por Deus! Uma família tão grande, com uma mãe zelosa e cuidadosa, isso é muito raro! Desejo que vc seja sempre muito feliz! Um grande beijo para todas as mamães da sua família! Espero que vcs tenham curtido muito o dia reunidos.
ResponderExcluirTive o prazer de estar com você e com todos nossos irmãos ao redor de nossa mãe nos seus 95 anos de idade. A surpresa do apagar de velinhas para comemorar meu aniversário me remontou aos meus anos de infância. Creio que somente nos meus 70 anos tive todos reunidos cantando os parabéns para mim. O manjar de côco, a torta de bananas e o clima alegre ratificaram o que você descreveu a seus blogueiros. O dia das mães foi perfeito. Beijos
ResponderExcluirHeloisa feliz dia das mães para você também.
ResponderExcluirVocê é uma mulher sensível e especial.
Escreve bem, conseguindo transmitir amor e carinho.
Beijos
Ida.
Oi Heloísa, minha avó materna era assim como sua mãe e tb fazia essa torta de banana, entre oiutras coisas maravilhosas! Eu nunca comi um suspiro como o dela.
ResponderExcluirbjs
Como disse pessoalmente, adorei esse seu post, achei lindo. E reflete bem o espírito que vivemos até hoje com a vovó Norma. Nas fotos desse domingo dela com a Isadora, em uma lá estava a Dona Norma, fechando um botãozinho que estava aberto da blusa da pequena... Certamente se preocupando para evitar gripe etc. Sempre cuidando. E você sempre contando tudo muito lindamente! bjs, Pri
ResponderExcluirOi Heloisa,
ResponderExcluirMinha mae tambem descascava e cortava as laranjas assim no meio, para minhas irmas e eu, enquanto brincavamos depois do almoco no quintal de nossa casa... eta tempinho bom!
Gostei muito do seu comentario no meu blog!!! Venha visitar meu blog sempre e se quiser se torne uma seguidora.
Eu sou uma seguidora do seu blog que eh muito bacana.
Eh claro que irei lhe esperar no pier se um dia vier visitar Kailua Kona no Hawaii, e ainda levarei leis(que significa colar de flores na lingua havaiana), beijos e aloha,
Fatima
Heloísa,
ResponderExcluirestou de volta à ativa, fazendo tudo o que me dá prazer e tocando a rotina de forma mais leve. Entre as coisas boas incluo a leitura do seu blog e o da Olga Maria. Eles sempre me dão a sensação de estar não entre primas, mas entre irmãs, que partilham comigo amor e respeito pela família que temos a sorte de ter. Parabéns pela terna homenagem à tia Norma e lembre-se de nos passar a receita da torta de banana. Tenho feito todas as receitas anteriores e o resultado é sempre ótimo, digno de elogios
Cecília