Não me entrego, não!

Não me entrego, não!

Quem está dizendo isso, com toda ênfase, é o ator Othon Bastos, num monólogo maravilhoso apresentado no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo. Trata-se de um monólogo diferente, porque o ator consulta, às vezes, sua memória "externa" interpretada por Marta Paret.

Durante pouco mais de uma hora e trinta minutos, o ator, do alto dos seus 92 anos, transita pelo palco, senta-se em algumas ocasiões, e usa sua voz forte e retumbante para contar sua trajetória no palco, no cinema, e na televisão.

Às vezes o ator consulta sua memória "externa", para que traduza para os tempos atuais alguns acontecimentos do passado, ou para que o ajude na escolha de determinadas palavras.

Falando sem parar, e sem se hidratar durante todo o espetáculo, Othon Bastos mostra que realmente não se entrega, e consegue emocionar lindamente sua plateia.

Foi um programa maravilhoso, uma lição de vida.

E para completar esse domingo tão cheio de emoção, conseguimos reunir um grupo grande da família, de Santos e de São Paulo, para encontro no saguão do Teatro. Foi tudo combinado na última hora, e deu certo. Por sorte ainda havia ingressos para a sessão, mas ficamos espalhados durante o espetáculo. Contudo, os poucos minutos juntos, antes, e no final da peça, valeram muito. 

Sempre é bom encontrar nossa turma, e saímos com muita vontade de repetir encontros com mais frequência, ainda que na forma de encontros relâmpagos.

Em tempo: A temporada de "Não me entrego, não!", termina nesse próximo domingo, dia 5 de outubro. Ainda dá tempo de assistir.